Dois amigos não se falam há bastante tempo. Reencontram-se, casualmente, na mesma calçada. Após a previsível sequência de saudações e cumprimentos, vem a pergunta:

– E a mulher, como vai?

– Depende… Qual delas?

– Ué, tem mais de uma? – indaga o primeiro, surpreso.

– Bem… tem a titular e também uns rolos por aí.

            A ambiguidade poderia ter sido evitada se o primeiro tivesse perguntado ao amigo: “E a esposa, como vai?”. Afinal, o termo esposa é específico; mulher, no entanto, possui mais de um sentido. Se esposa é tecnicamente preciso, seria, em tese, preferível utilizá-lo, correto? Curiosamente, não é assim. De acordo com uma seita formada por iniciados em etiqueta linguística – aposto que já tem gente vendendo curso na internet – o uso do termo esposa equivale a sinal inequívoco de breguice. É feio; cafona, dizem. Desconfio que os gurus da etiqueta linguística, do alto de seu esnobismo dissimulado, não tolerem expressões que soem cultas em bocas populares. Portanto, doravante muita atenção: quem falar esposa é mulher do padre! (Mulher, nesse caso, significa amante ou concubina?)

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