Ninguém se surpreenderá com a afirmação de que nos domicílios da China de hoje vivem mais de um bilhão de seres; mas, e se alguns deles forem peludos e andarem de quatro? Não, isso não significa que esteja ocorrendo uma mutação em massa por lá, apenas que o número de pets chineses deverá, em breve, superar o de crianças. Sendo esse o número de pets, imagina o de garrafas pet!
Brincadeirinhas à parte, o tema aqui não é o meio ambiente, mas a nova moda em voga nas cidades chinesas: cafés onde os pets trabalham em troca de ração. Isso mesmo, cães e gatos ganham o “pão de cada dia” fazendo a social com a clientela das novas cafeterias. E, por incrível que pareça, o negócio vai de vento em popa. A nova abordagem comercial, que insere cães e gatos como “animadores” do ambiente gastronômico, fez tanto o número de fregueses quanto o volume de faturamento aumentar sensivelmente.
O que explica tamanho sucesso? Em boa medida, sem dúvida, a fofura dos animais de estimação, capazes de fazer derreter de ternura os corações mais empedernidos. Os donos, provavelmente, sentirão orgulho em saber que seu pet promove o bem-estar de outros animais e pessoas. A clientela, por seu turno, tem a vantagem de poder curtir uma variedade de pets sem a obrigação de cuidar deles diariamente, com o bônus de passar por situações memoráveis. Por exemplo: a alegria de receber em sua mesa a visita de um chow-chow, exibindo a língua azulada e babando no seu café, o que contribuirá para a cremosidade do expresso, ou então de um enorme gato persa, disputando o recheio de salmão defumado do seu sanduíche.
Do lado dos pets, a vantagem desse modelo de negócio é, em parte, poder escapar da tediosa espera doméstica, pontuada de ansiedade até ver o dono retornar do trabalho ao fim de cada dia. Outra vantagem para eles é não se limitar aos horários estritos de alimentação fixados pelos donos, no geral uma ou duas refeições diárias. Nos cafés, os pets são alimentados com frequência, em recompensa por sua companhia.
Parece, de fato, um emprego perfeito: além da garantia de lanches e popularidade, não requer nenhum grande esforço, nem mesmo o de ter que aprender chinês.
SAIBA COMO DIVULGAR O SEU LIVRO, EVENTO OU LANÇAMENTO AQUI NA REVISTA CONEXÃO LITERATURA: CLIQUE AQUI
Bert Jr. é gaúcho de Porto Alegre, formado em História (UFRGS) e Diplomacia (IRBr). Como diplomata, tem vivido em diferentes países. É autor de dois livros de contos, três de poesia, e do romance Antes do fim do riso. Lançou, também, Sem pé com cabeça – crônicas do século 21, coletânea de escritos humorísticos publicados na Revista Conexão Literatura.
Site: www.bertjr.com.br
Muito boa a crônica! Parabéns ao autor!
Grato pelo comentário, Sérgio! Abraço
Que conto fora da caixa! Fiquei imaginando minha gatinha trabalhando 😂 muito bom!
Olá, Mariana. Pois é, na China ela poderia ser contratada e contribuir para a “renda” doméstica (rsrs).