Fale-nos sobre você.
Bem, meu nome é Tiago Ramos e Mattos, sou professor de Língua Portuguesa e Literatura, pós-doutorando em biografismo e Língua Portuguesa, doutor em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP). Escritor, autor de três livros: Biografia e Autobiografia: um estudo do estilo em ambos os gêneros do discurso (Novas Edições Acadêmicas, 2015). Silvio Santos vem aí: a biografia-reportagem do “patrão” (Editora Dialética, 2022). E A letra “A” tem meu nome: o homem que conversara com a televisão (Editora Dialética, 2024) Autor de vários artigo científicos e capítulos de livro no Brasil e no exterior, venho desenvolvendo uma atração cada vez maior pela escrita romanceada em suas mais diversas ramificações: conto, crônica, biografias romanceadas e autobiografias ficcionalizadas.
Sou uma autor nascido e criado em São Paulo capital que não ignora em sua essência literária a rudeza das paredes de concreto da cidade, a beleza das casas simples de alvenaria coloridas por meio de tinta cal, tampouco as luzes da cidade acesas e sua movimentação constante e sempre tão pouco entediante.
Fale-nos sobre o livro A letra “A” tem meu nome, o que motivou a escrevê-lo?
O meu último livro A letra “A” tem meu nome nasceu de um projeto de Pós-Doc, cujo título era: Autor e Autoria na atmosfera biográfica. Em pesquisas anteriores, tínhamos trabalhado com biografia e autobiografia, provamos a existência de um novo gênero do discurso, a biografia-reportagem, e achamos que seria o momento de trabalhar com o romance sem abandonar a biografia. Por isso, escolhemos o gênero romance-biografia para trabalhar.
Os romances biográfico canônicos partem de uma estrutura em que a personagem protagonista é real, mas sua história é romanceada. Fizemos o movimento ao contrário, criamos um personagem fictício, James Campina Flores, que se desenvolve por meio de uma característica essencialmente biográfica do êxito-fracasso dentro de uma estrutura também genuinamente biográfica: nascimento, desenvolvimento e quase morte.
James campina Flores é um personagem que vive entre a euforia e a depressão, vítima de bullying na adolescência, nutre-se de um único sonho: tocar com sua banda na televisão. Vive uma infância e uma adolescência complicadas, se vendo vítima sempre de muitas traições. O livro tem um clímax que é a conversa de James com a televisão, em que a letra “A” para ele deixa de ser apenas uma vogal, um artigo, um pronome ou preposição, mas sim uma personificação de um alter-ego confuso e identitariamente esvaziado.
A principal motivação para a escrita do livro é sem dúvida a consciência de que essa história merecia ser contada.
Fale-nos sobre o seu encontro com o apresentador Silvio Santos.
Em 2022, quando o livro Silvio Santos vem aí: a biografia-reportagem do “patrão” ficou pronto, eu encaminhei o primeiro exemplar para a casa de Silvio com uma extensa dedicatória. Na ocasião, ele me ligou pela segunda vez e disse que queria me conhecer. Ele me pediu para levar alguns livros para ele. Então me dirigi até a casa dele e ele me recebeu em seu escritório. Ele próprio abriu as portas do escritório dele para mim, “as portas da esperança”. Pudemos conversar por 45 minutos sobre diversos assuntos e ele me serviu o café mais delicioso que eu já tomei na vida. Batemos umas fotos e nos despedimos. Eu o abracei e pedi: “Silvio, posso te dar um beijo”. Ele disse que sim. Eu dei um beijo no rosto dele e disse: “Muito obrigado”. E ele respondeu: “É simples, você só precisa saber para quem você faz as coisas”. Ele se referia a minha tese e a publicação do meu livro. Foi a realização de um sonho e sou muito grato por isso.
Qual a sua opinião sobre a questão da leitura no país?
Creio que a leitura sofre uma concorrência quase desleal: a dinamicidade das redes sociais. Eu digo quase desleal porque ainda há interesse pela leitura como conhecemos. Um exemplo disso é o enorme sucesso da Bienal, 2024, em São Paulo: sucesso de público e de vendas. A gente vê ainda novas editoras independentes surgindo e se solidificando no mercado editorial brasileiro a todo momento. As pessoas estão escrevendo cada vez mais e com boa qualidade. Não raro, vemos autores independentes ganhando prêmio de literatura.
Refletindo sobre essa briga de leitura com as redes sociais, pensamos o nosso livro, A letra “A” tem meu nome, sendo um livro juvenil (e também adulto) sucinto, 111 páginas, com capítulos e subcapítulos curtos. Construímos subcapítulos de um único parágrafo, por exemplo. Acreditamos dessa forma imprimir certa dinamicidade na leitura.
Qual o próximo projeto literário?
Penso em escrever uma biografia canônica de um importante músico popular brasileiro. Ainda não posso adiantar quem será, mas é um músico absolutamente popular e querido pelos brasileiros e que curiosamente ainda não tem uma biografia escrita. Gostaríamos de dar início a esse projeto já no próximo ano.
Links para os livros:
https://loja.editoradialetica.com/literatura-e-outros/a-letra-a-tem-meu-nome-o-homem-que-conversara-com-a-televisao
https://loja.editoradialetica.com/humanidades/silvio-santos-vem-ai-a-biografia-reportagem-do-patrao
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023) e Mariano (Opera Editorial, 2024). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023) e Mariano (Opera Editorial, 2024).
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Paulista, escritor e ativista cultural, casado com a publicitária Elenir Alves e pai de dois meninos. Editor da Revista Conexão Literatura (https://www.revistaconexaoliteratura.com.br) e colunista da Revista Projeto AutoEstima (http://www.revistaprojetoautoestima.com.br). Fã de Edgar Allan Poe. Chanceler na Academia Brasileira de Escritores (Abresc). Associado da CBL (Câmara Brasileira do Livro). Participou em mais de 100 livros, tendo contos publicados no Brasil, México, China, Portugal e França. Publicou ao lado de Pedro Bandeira no livro “Nouvelles du Brésil” (França), com xilogravuras de José Costa Leite. Organizador do livro “Possessão Alienígena” (Editora Devir) e “Time Out – Os Viajantes do Tempo” (Editora Estronho). Fã n° 1 de Edgar Allan Poe, adora pizza, séries televisivas e HQs. Autor dos romances “Jornal em São Camilo da Maré” e “O Clube de Leitura de Edgar Allan Poe”. Entre a organização de suas antologias, estão os títulos “O Legado De Edgar Allan Poe”, “Histórias Para Ler e Morrer de Medo” e outros. Escreveu a introdução do livro “Bloody Mary – Lendas Inglesas” (Ed. Dark Books). Contato: ademirpascale@gmail.com