Livro em quartzo, Denise Milan | Foto: Levi Mendes Jr

A mostra Quartzoteka, da artista paulistana Denise Milan, traz o conjunto completo de sua coleção de livros e Entes Pétreos de quartzo pela primeira vez à Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM USP), biblioteca especializada em livros raros sobre o Brasil.

Denise pesquisa há muitos anos a história dos minerais e a vida geológica da Terra, tendo feito exposições em diversas partes do mundo e incorporado suas obras nos mais importantes acervos e museus nacionais e estrangeiros, como, por exemplo, no Museu de Arte Contemporânea, também da USP (MAC/USP).

Nesta nova exposição individual, que contará com o apoio cultural da DAN Galeria, a artista relaciona à sua Quartzoteka outros trabalhos de outras séries como os Tablets (2011/2015), os Ideogramas da Pedra (2009), O Ciclo do Ouro (2014) e o Útero Magmático (2023), entre outros.

Para Denise, artista que trabalha com o imaginário da Terra, uma pedra azul no cosmos, aquilo que ligeiramente aflora em sua superfície são os primeiros rastros ou testemunhos de eras geológicas antiquíssimas que perfazem ao mesmo tempo, um conhecimento fundamental, uma espécie de corpus de doutrinas do mundo das rochas e cristais, de suas estruturas e comportamentos físicos e químicos assim como do grande conflito sofrido para chegarem até nós. Servem também como indícios de um mundo muito vasto e ainda na maioria desconhecido que se abisma no núcleo interior do nosso planeta.

Junto aos Ideogramas da Pedra também serão apresentados alguns dos metapoemas de Haroldo de Campos que originalmente fazem parte do livro Cadumbra (1997), feito em colaboração com a artista.

A exposição é montada na galeria do subsolo da biblioteca, pensada como uma caverna e em diálogo com o espaço arquitetônico contemporâneo do arquiteto paulista Eduardo de Almeida. A curadoria é do professor Luiz Armando Bagolin, do Instituto de Estudos Brasileiros da USP. Durante a mostra haverá um encontro entre a artista, o curador e dois convidados muito especiais: o ex-presidente da Bienal de São Paulo, Júlio Landman, e a professora Sonia Maria Barros de Oliveira, docente titular do Instituto de Geociências da USP.

Sobre a artista

Denise Milan nasceu em São Paulo em 1954. Escultora e artista contemporânea, interage com especialistas em ciência e tecnologia, antropologia, filosofia, literatura e música. Suas obras estão expostas em várias instituições e espaços nacionais e internacionais.

A artista usa a pedra como eixo criativo em esculturas, performances urbanas, poesias, projetos multimídia, óperas e assemblages.

Pioneira e ativista do movimento da Arte Pública no Brasil e exterior, algumas de suas obras públicas incluem performances: U Ura Muta Uê em Belém,Pará, Redenção do Pelourinho em Salvador, Bahia, Sectiones Mundi em São Paulo, Museu de Arte Moderna, Entes em São Paulo, SESC, no Améfrica em Brasília, no CCBB – Centro Cultural do Banco do Brasil. Esculturas públicas em São Paulo: Drusa no Anhangabaú; Ventre da Vida no metrô Clínicas; Um Furo no Espaço no Museu de Arte Contemporânea; Palas Atenas no Campus da USP; Tempos de Cura no Hospital Albert Einstein e Planitude no Instituto Fleury e Pedra Brasilis na Natura.

No exterior, Americas’ Courtyard no Adler Planetarium em Chicago, Genetic Blue Stone no Kennedy Center, em Washington, D.C.; In the Realm of Love and Forgiveness em Assis, Itália; COP22, DO-FEST no Emerson Collective, tríptico: Oceanic, Cosmic and Earth Womb em Marrakech, no Marrocos; na Glasstress, durante a 58ª Bienal de

Artes de Veneza e recentemente Unbreakable Women in Glass, ambas na Fundação Berengo, Itália.

Em São Paulo, participou da 20ª, 21ª e 33ª, Bienal Internacional de Arte de São Paulo; exposições no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM SP; Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP; Museu de Arte Contemporânea; Galeria São Paulo; Galeria Nara Roesler; Galeria Virgílio; Galeria Lume; SESC; CCBB – Centro Cultural do Banco do Brasil, Rio de Janeiro; SP- ARTE e ArtRio. No exterior, suas exposições principais foram: Barbican Centre em Londres; MoMA PS1 em Nova York; EXPO 2000 em Hannover; Hakone e Museu Open-Air em Osaka; Museu de Arte Contemporânea, Art Institute e Sectiones Mundi no Museu de Arte Moderna; Chicago Cultural Center em Chicago; Palazzo del Monte Frumentario em Assis: Wilson Center em Washington D.C.; Galeria D’Architecture em Paris; Georgetown University, Washington D.C.; University of Utah em Salt Lake City e Brighan Young University em Provo; COP22 – DO-FEST, Emerson Collective em Marrakech e na Glasstress, Fundação Berengo, Veneza.

Sobre a galeria 

A Dan Contemporânea surgiu como um departamento de Arte Contemporânea da Dan Galeria. Em 1985, Flávio Cohn, filho do casal fundador, juntou-se à Dan criando o Departamento de Arte Contemporânea, que ele dirige desde então. Assim, foi aberto espaço para muitos artistas contemporâneos, tanto brasileiros, como internacionais, fortemente representativos de suas respectivas escolas. Posteriormente, Ulisses Cohn também se associa à galeria completando o quadro de direção dela.

Nos últimos vinte anos, a galeria exibiu: Macaparana, Sérgio Fingermann, Amélia Toledo, Ascânio MMM, Laura Miranda e artistas internacionais: Sol Lewitt, Antoni Tapies, Jesus Soto, César Paternosto, José Manuel Ballester, Adolfo Estrada, Juan Asensio, Knopp Ferro e Ian Davenport.  Mestres de concreto internacionais também fizeram parte da história da Dan, tais como: Max Bill, Joseph Albers e os britânicos Norman Dilworth, Anthony Hill, Kenneth Martin e Mary Martin. 

A Dan Galeria incluiu, mais recentemente em sua seleção, importantes artistas concretos: Francisco Sobrino e François Morellet. O fotógrafo brasileiro Cristiano Mascaro; os artistas José Spaniol, Teodoro Dias, Denise Milan e Gabriel Villas Boas (Brasil); os internacionais, Bob Nugent (EUA), Pascal Dombis (França), Tony Cragg (G. Bretanha), Lab [AU] (Bélgica) e Jong Oh (Coréia), se juntaram ao departamento de Arte Contemporânea da galeria. A Dan Galeria sempre teve por propósito destacar artistas e movimentos brasileiros desde o início da década de 1920 até hoje. Ao mesmo tempo, mantém uma relação próxima com artistas internacionais, uma vez que os movimentos artísticos historicamente se entrelaçam e dialogam entre si sem fronteiras. 

Serviço

Exposição Quartzoteka

Abertura: 14/03 às 18h

Período Expositivo:  15/03 a 17/05/2024

Local: Rua da Biblioteca, 21, Cidade Universitária, São Paulo, SP

Horário: segunda à sexta-feira, das 8h às 18h (sábados, domingos e feriados, fechado)

Entrada gratuita

Classificação indicativa: livre 

OBS: as obras estão subdivididas num percurso: Térreo da Biblioteca (Ciclo do Ouro), Sala BNDES/Subsolo da Livraria Edusp (Quartzoteka, Tablets da Terra, Ametistas, Ideogramas da Pedra e Útero Magmático)

E-mail: info@dangaleria.com.br

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