Paulo Leminski – Foto divulgação

BibliON – biblioteca digital gratuita de São Paulo – destaca algumas obras para leitura gratuita

“isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além”

Paulo Leminski, um dos poetas mais icônicos da literatura brasileira, completaria 80 anos no dia 24 de agosto de 2024. Com uma obra marcada pela mistura entre o erudito e o popular, Leminski foi um escritor multifacetado, transitando entre a poesia, a prosa, a música e a tradução, sempre com uma linguagem irreverente e de grande sensibilidade.

Nascido em Curitiba, em 1944, Leminski se destacou pela forma com que subverteu as convenções literárias, sendo considerado um dos principais nomes da poesia marginal no Brasil. Sua escrita breve condensava grandes significados em poucas palavras, mostrando uma capacidade única de expressar o cotidiano e os dilemas humanos de forma intensa e acessível.

Além da sua poesia, Leminski também foi um importante tradutor e ensaísta, tendo adaptado obras de autores como James Joyce e John Fante para o português, além de atuar como letrista em parcerias musicais com nomes de destaque da MPB.

Sua vida e obra são uma celebração da criatividade sem amarras, da mistura de estilos e da busca pela liberdade de expressão. Como escreveu em um de seus poemas, “ser exatamente aquilo que a gente é” foi o lema de Leminski, um artista que viveu intensamente e deixou um legado que continua a inspirar gerações. Em 2024, seus 80 anos são um convite para revisitarmos sua poesia e celebrarmos a presença permanente de Leminski na cultura brasileira.

Sugestões de leitura BibliON

Vida Cruz e Sousa, Bashô, Jesus e Trótski – Paulo Leminski

Reunidas em volume único, quatro biografias arrebatadoras, originais e cheias de estilo, escritas ao longo da década de 1980 pelo mais pop dos poetas brasileiros. As quatro biografias que Leminski escreveu para a Coleção Encanto Radical ao longo da década de 1980 são hoje raridades nos sebos, e agora voltam ao mercado com a reedição de um volume único, publicado pela primeira vez em 1990 pela Editora Sulina, conforme desejo expresso pelo próprio autor: “Com os três livros que publiquei, Cruz e Sousa, Bashô, Jesus e o que agora estou escrevendo sobre Trótski, quero fazer um ciclo de biografias que, um dia, pretendo publicar num só volume, chamado Vida.” Sob o olhar poético e apaixonado de um mesmo admirador, essas quatro trajetórias aparentemente desconexas ganham novas dimensões, criam elos e se complementam, em comunicação permanente com a vida e a obra de seu biógrafo. Trótski é visto como um homem de letras, autor do “mais extraordinário livro sobre literatura” já escrito por um político. Cruz e Sousa é personagem central de um movimento que Leminski chama de “underground” e que muito o influenciaram: o simbolismo. Bashô, antes de se tornar pai do haikai, foi membro da classe samurai. E Jesus é um “superpoeta”. Enquanto traz à tona lados surpreendentes de quatro de seus heróis, Leminski revela muito de si mesmo, tão múltiplo e fascinante quanto os biografados, e fornece a seus fãs, em narrativas aliciantes e cheias de estilo, uma gênese de suas principais influências.

Minhas lembranças de Leminski – Domingos Pellegrini

Pé vermelho (Domingos Pellegrini) entra em contato com a obra de Polaco (Paulo Leminski), no ano de 1964, ao ler um artigo deste na revista Invenções. Alguns anos depois eles se conhecem, iniciando uma amizade que dura duas décadas. Vinte e cinco anos depois, tendo Leminski já falecido, Pé Vermelho recebe a proposta de uma editora para escrever sua biografia. Como já havia uma lançada, O Bandido que sabia latim, de Toninho Vaz, ele fica em dúvida sobre como deve fazer, e se deve fazer. Pede um tempo pra pensar. Tem, então, um sonho onde está preparando sopa num caldeirão, com Leminski, este a adicionar páprica, ‘tempero fino’, à sopa comum. Ele interpreta com humor: deve escrever algo incomum, não uma biografia convencional, mas algo além, algo escrito pelos dois, sobre as faces poliédricas de Leminski, que tanto escreveu sobre pedras…

Para utilizar o serviço gratuito de empréstimos de livros, basta que os interessados acessem www.biblion.org.br ou baixem o aplicativo BibliON, disponível no Google Play e na Apple Store e realizem um breve cadastro. 

O usuário pode fazer empréstimo de até duas obras simultâneas, por 15 dias. A BibliON permite ações como organizar listas, adicionar favoritos, compartilhar um livro como dica de leitura nas redes sociais, fazer reservas, ver histórico e sugerir novas aquisições. Por meio de princípios de gamificação, os associados conseguem acompanhar as estatísticas do tempo dedicado à leitura e participar de desafios. E o sistema de busca permite que o usuário utilize diversos filtros, como tema, autor, categoria ou título – ou até mesmo leitura indicada para grupos etários, como leitura infantil e juvenil.

É possível ler em dispositivos móveis, sem a necessidade de usar dados do celular, por meio do download prévio do título ou, ainda, ajustar o tamanho da letra e o contraste da tela; escolher diferentes modos de leitura para dia ou para noite e acionar a leitura em voz sintetizada, para saída em áudio do texto.

A BibliON, biblioteca digital gratuita de São Paulo, é uma iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo sob gestão da SP Leituras. 

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