Carla Lyra Jubilut – Foto divulgação |
*Carla Lyra Jubilut
Em 2015, com a intenção de avançar na implementação de práticas sustentáveis com metas específicas, a ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu 17 objetivos de desenvolvimento sustentável para compor a Agenda 2030. Em âmbito educacional, o tema sustentabilidade vem também ganhando relevância, com práticas que visam incorporar à grade curricular os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os 17 objetivos estão divididos em erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água potável e saneamento; energia limpa e acessível; trabalho decente e crescimento econômico; indústria, inovação e estrutura; redução das desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção sustentáveis; ação contra a mudança global do clima; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; e parcerias e meios de implementação.
Para que sejam concretizadas nas práticas escolares, a divulgação das metas entre estudantes tornou-se imprescindível e necessária, afinal, são hábitos que serão indispensáveis, fundamentais e que influenciarão para o futuro do planeta ser equilibrado nos pilares da sustentabilidade, que envolvem o meio ambiente, desenvolvimento social e econômico. Sendo assim, é extremamente importante que os estudantes conheçam com propriedade cada um dos ODS, transforme-os em hábitos e disseminem entre as pessoas de seu convívio.
A sustentabilidade deve ser ensinada desde os primeiros anos aos estudantes, assim será possível mudar hábitos enraizados socialmente, conscientizando sobre ações positivas com o objetivo de garantir um futuro mais sustentável ao planeta. Ao entender que integrar no currículo escolar os ODS é um caminho significativo para a construção de um futuro sustentável, percebe-se que a inclusão destes novos hábitos vem vinculados à criação de uma nova cultura e deve ser construída não somente com estudantes, mas em toda comunidade em que estão inseridos socialmente.
Na Escola Luminova, por exemplo, uma das práticas de sustentabilidade mais significativas acontece na aula de Relações Sociais, no Fundamental I, onde crianças entre seis e dez anos, aprendem sobre o que são os ODS, e como podem aplicar esses conhecimentos na rotina. Os alunos se tornam agentes da propagação da sustentabilidade, por meio da conjugação de teoria e prática. Os ODS também são trabalhados como tema transversal, adaptando-se a abordagem a cada etapa do ensino.
A criação dessa cultura é um dos primeiros desafios no ambiente escolar para refletir sobre todos os aspectos e pilares da sustentabilidade, indo além da associação de que sustentabilidade envolve apenas as práticas ambientais. É claro e inegável que este é um dos pilares fundamentais, mas é importante destacar que a sustentabilidade engloba muitas outras pautas dentro da agenda da ONU e reforçar a criação de uma gestão educacional e de uma cultura na comunidade escolar que preza pelos direitos humanos, pela qualidade de vida e redução das desigualdades.
Outro desafio encontrado para a inserção adequada da sustentabilidade na prática escolar é a necessidade de ações que sejam feitas em todos os ciclos escolar e, aproveitando, inclusive, os novos itinerários formativos para a inclusão de assuntos relacionados. Apresentar propostas práticas de interdisciplinaridade e evidenciar que esses estudantes são grandes responsáveis por ações econômicas é uma possibilidade que faz com que as propostas saiam da teoria e permite que os estudantes possam ser agentes multiplicadores e transformadores da economia criativa.
O estudante precisa entender seu papel como agente ativo no ciclo da sustentabilidade. Somente por meio dessa rotina é que a Agenda 2030 será cumprida e a garantia de um futuro sustentável será efetiva.
*Carla Lyra Jubilut é Arte-educadora, Comunicadora Social e Pedagoga. Especialista em Metodologias Ativas e Psicopedagogia pelo Instituto Singularidades.. É Coordenadora Pedagógica na Escola Luminova Vila Prudente, e Advocate e Mentora do Global Schools Program – um programa da Unesco que defende a implementação dos ODS na comunidade escolar.