ENTREVISTA:
Fale-nos sobre seus livros e em especial o “Doze anos de solidão”.
Fale-nos sobre seu processo de criação.
Os romances: coisas que penso de dia e à noite acordado; ocasionalmente sonho, mistura de imaginação com lembranças. Em apenas poucas semanas a história está escrita na mente. Então sento em frente ao computador, digito, transcrevo da mente para a máquina. Com poucas mudanças. Uma vez concluído o romance, gosto de revisar, sim. Várias vezes. É a hora dos detalhes, nomes, lugares, datas, tento evitar erros. Os acontecimentos ocorrem em diversos lugares, quase sempre em lugares que conheci. Para “Doze anos de solidão” foi semelhante, mas os relatos de diferentes mulheres estavam na cabeça, sem acrescentar nem tirar, apenas lembrar.
Como o leitor interessado deverá proceder para saber um pouco mais sobre você e seu trabalho?
Há as várias formas de difusão da Editora Todas as Musas e a inclusão dos meus livros em diversos catálogos. Como esforço pessoal, mantenho uma página no Facebook Milan Trsic Autor com finalidade própria, não o mero contato com o possível leitor. Com o auxílio de uma pessoa especializada colocamos as seguintes inserções semanais: a) Sem querer querendo: comentário curto sobre temas em que tenho conhecimento, como clima, educação. b) Pinceladas eróticas: textos breves, incisivos, com ou sem conexão com meus livros. c) Textos de uma página explicitando a Pincelada dessa semana. d) Reação eventual: esta seção não é publicada todas as semanas, mas responde a eventos marcantes. Com o acúmulo de notícias (ruins), esta seção cresce em importância. O público alcançado pelas inserções é variável e constitui tema de estudo para nós.
Como analisa a questão de leitura no país?
Cinquenta e poucos anos atrás Darcy Ribeiro antecipou que se nada for feito para a educação brasileira, seremos um país de imbecis. Em muitos aspectos a profecia foi realizada. Some-se a crise econômica. Há um claro declínio nas vendas de livros. Pessoalmente percebo isso com meus quatro textos com a Editora Manole que são adotados em alguns cursos. As vendas semestrais caíram pela metade em 2017.
O que tem lido ultimamente?
Dei-me o prazer de reler “Tia Júlia e o escrevinhador” e “Pantaleão e as visitadoras” de Mario Vargas Llosa. Mas não foi apenas por prazer, também queria lembrar como se deu a sua influência sobre minha escrita. Menciono que também leio jornais.
Quais os seus próximos projetos?
Desejo incrementar e aperfeiçoar a página no Facebook; cabe até vislumbrar no futuro compilar textos da página para formar um livro. Igualmente, tenho pronto um texto de outro romance sobre uma mulher forte, manipuladora e dominadora. E acaricio a ideia de outro livro autobiográfico no estilo de “Doze anos de solidão”. Neste último contexto, tenho muitos fragmentos esparsos prontos; reflito sobre como gerar o elo entre eles.
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).