No ano de 1987 o editor Andy Helfer estava com uma puta bomba nas mãos.
Ele tinha sido designado pela direção da DC Comics para ser editor da nova
revista da Liga da Justiça. O editor-chefe Dick Giordano tinha lhe dito: “Faça
com que a Liga da Justiça volte a ser grande. Faça com que ela seja genial!”.
Ele tinha sido designado pela direção da DC Comics para ser editor da nova
revista da Liga da Justiça. O editor-chefe Dick Giordano tinha lhe dito: “Faça
com que a Liga da Justiça volte a ser grande. Faça com que ela seja genial!”.
O problema é que a DC estava saindo da saga
Lendas e os editores estavam reformulando seus personagens e não queriam
atrapalhar isso colocando-os num grupo. Batman, Superman, Mulher Maravilha,
Flash, nenhum dos grandes estava disponível. Na verdade, até personagens menos
conhecidos estavam comprometidos.
Lendas e os editores estavam reformulando seus personagens e não queriam
atrapalhar isso colocando-os num grupo. Batman, Superman, Mulher Maravilha,
Flash, nenhum dos grandes estava disponível. Na verdade, até personagens menos
conhecidos estavam comprometidos.
Tudo que o editor conseguiu foram personagens
de terceiro escalão e a promessa de alguns de segundo escalão. No final, o
editor do Batman apiedou-se dele e permitiu que ele usasse o Cavaleiro das
Trevas no título. Mas não dá para fazer um grupo só com o Batman. Além disso,
não havia certeza sobre quais seriam os outros integrantes, o que dificultava
criar uma trama.
de terceiro escalão e a promessa de alguns de segundo escalão. No final, o
editor do Batman apiedou-se dele e permitiu que ele usasse o Cavaleiro das
Trevas no título. Mas não dá para fazer um grupo só com o Batman. Além disso,
não havia certeza sobre quais seriam os outros integrantes, o que dificultava
criar uma trama.
Desesperado, Andy Helfer apelou para o
desenhista Keith Giffen, que toda semana colocava a cabeça na sua porta e
implorava pela Liga da Justiça. O próprio Giffen não acreditou, até perceber a
roubada na qual tinha se metido.
desenhista Keith Giffen, que toda semana colocava a cabeça na sua porta e
implorava pela Liga da Justiça. O próprio Giffen não acreditou, até perceber a
roubada na qual tinha se metido.
Foi quando tiveram a ideia de focar no
cotidiano e na convivência dos personagens no lugar de grandes sagas e fizeram
uma aposta ainda mais arriscada: colocar humor nas histórias.
cotidiano e na convivência dos personagens no lugar de grandes sagas e fizeram
uma aposta ainda mais arriscada: colocar humor nas histórias.
Antes todas as tentativas de fazer isso tinham
resultado em desastre. Bom exemplo disso era o terceiro filme do Superman de
Christopher Reeve, que era odiado pelos fãs.
resultado em desastre. Bom exemplo disso era o terceiro filme do Superman de
Christopher Reeve, que era odiado pelos fãs.
Além disso, aquela era uma época de heróis
darks e “profundos”, todos muito sérios, todos imitando o cavaleiro das trevas
de Frank Miller. Será que os leitores iriam gostar de uma versão humorística da
Liga?
darks e “profundos”, todos muito sérios, todos imitando o cavaleiro das trevas
de Frank Miller. Será que os leitores iriam gostar de uma versão humorística da
Liga?
Giffen ficou responsável pelo plot e pelos
esboços. Para escrever os diálogos chamaram JM DeMatteis, mais uma aposta
arriscada, pois até então nunca escrevera nada na linha humorística.
esboços. Para escrever os diálogos chamaram JM DeMatteis, mais uma aposta
arriscada, pois até então nunca escrevera nada na linha humorística.
Para desenhar, o pouco conhecido Kevin Maguire,
que acabou sendo escolhido apenas porque estava sem trabalho e, se o editor não
lhe oferecesse algo, iria de malas e cuia para a Marvel. No final, acabou sendo
um tremendo acerto. Sua aptidão para expressões faciais eram perfeitas para
histórias de cotidiano e principalmente humorísticas.
que acabou sendo escolhido apenas porque estava sem trabalho e, se o editor não
lhe oferecesse algo, iria de malas e cuia para a Marvel. No final, acabou sendo
um tremendo acerto. Sua aptidão para expressões faciais eram perfeitas para
histórias de cotidiano e principalmente humorísticas.
Surpreendentemente essa nova versão foi um
sucesso, a ponto de gerar diversos derivados, como a Liga da Justiça Europa e
séries solos de personagens como Senhor Milagre e Senhor Destino.
sucesso, a ponto de gerar diversos derivados, como a Liga da Justiça Europa e
séries solos de personagens como Senhor Milagre e Senhor Destino.
Conforme o sucesso da fórmula ia se
estabelecendo, os roterististas iam se arriscando a colocar cada vez mais humor
nas histórias. Em uma das HQs, por exemplo, a Liga enfrenta um ser extremamente
poderoso, Mr. Nebula, o decorador de mundos e seu arauto Esquiador Escarlate.
Eles vencem o vilão levando-o a Las Vegas e, assim demonstrando que a Terra já
era brega o suficiente.
estabelecendo, os roterististas iam se arriscando a colocar cada vez mais humor
nas histórias. Em uma das HQs, por exemplo, a Liga enfrenta um ser extremamente
poderoso, Mr. Nebula, o decorador de mundos e seu arauto Esquiador Escarlate.
Eles vencem o vilão levando-o a Las Vegas e, assim demonstrando que a Terra já
era brega o suficiente.
Em outra história memorável (que se estendeu da
revista principal da Liga para a Liga Europa), a mansão dos heróis é invadida por…
um gato! E as confusões que o felino provoca seriam muito maiores do que as de
muitos vilões.
revista principal da Liga para a Liga Europa), a mansão dos heróis é invadida por…
um gato! E as confusões que o felino provoca seriam muito maiores do que as de
muitos vilões.
Há ainda a edição em que Gladiador Dourador e
Besouro Azul resolvem montar um cassino em uma ilha tropical com o dinheiro da
Liga da Justiça – claro que no final tudo vira um tremendo desastre.
Besouro Azul resolvem montar um cassino em uma ilha tropical com o dinheiro da
Liga da Justiça – claro que no final tudo vira um tremendo desastre.
Mas talvez a história que melhor representou
essa fase foi aquela em que o vilão é o Poderoso Tortoloni, um jornalista que
ganha no jogo de cartas diversos apetrechos de vilões e, ao ser atacado por um
grupo que quer as informações que ele recolheu sobre a Liga (baseadas no que
ele descobriu vasculhando o lixo do grupo), provoca pânico na cidade. Nessa
fase a revista já era desenhada por Adam Hughes, que manteve o mesmo nível de
qualidade de Maguire e tinha o mesmo pendão para expressões faciais.
essa fase foi aquela em que o vilão é o Poderoso Tortoloni, um jornalista que
ganha no jogo de cartas diversos apetrechos de vilões e, ao ser atacado por um
grupo que quer as informações que ele recolheu sobre a Liga (baseadas no que
ele descobriu vasculhando o lixo do grupo), provoca pânico na cidade. Nessa
fase a revista já era desenhada por Adam Hughes, que manteve o mesmo nível de
qualidade de Maguire e tinha o mesmo pendão para expressões faciais.
Outros grandes desenhista que passaram pelo
título foram Bart Sears, Darick Robertson e Marshall Rogers. Até Chris Sprouse,
que depois se tornaria célebre ao desenhar Tom Strong, de Alan Moore, trabalhou
no título no início da carreira.
título foram Bart Sears, Darick Robertson e Marshall Rogers. Até Chris Sprouse,
que depois se tornaria célebre ao desenhar Tom Strong, de Alan Moore, trabalhou
no título no início da carreira.