A expulsão do paraíso – essa é a analogia do
episódio Fruto proibido, da segunda temporada de Jornada nas estrelas.

Na história, Kirk, Spock e equipe vão
investigar um planeta paradisíaco habitado por pesssoas com pouco conhecimento
de tecnologia que, descobre-se depois, são governados por um computador na
forma de cobra, que é alimentado continuamente por nativos. Mas o computador
está puxando a Enterprise para a atmosfera – e se nada for feito, a nave poderá
ser destruída.

O episódio é interessante, divertido  (as participações de Tcheckov são
simplesmente antológicas ou a frase de Magro quando descobre que os nativos não
conhecem o sexo: lá se vai o paraíso!), mas também reúne alguns dos principais
defeitos da série clássica, a começar pelos camisas vermelhas, que são mortos
um a um pelo computador-deus Vall, enquanto todos os outros sobrevivem.

No final, o episódio funciona bem como uma
crítica à religião. Os nativos fazem seus rituais e obedecem cegamente a Vall
sem nem mesmo entender o que estão fazendo. E obedecem até mesmo quando este
manda que eles matem os terrestres. E, se por um lado, Vall os alimenta e os
mantém totalmente saudáveis, a ponto de ninguém morrer, por outro lado, a
sociedade não evolui. Nesse sentido, o episódio ecoa outro: o ótimo “deste lado
do paraíso”. Mas em deste lado do paraíso a execução foi muito mais acertada,
inclusive em sua profundidade filosófica.

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