
Com Milton Hatoum como homenageado, evento recebeu também Jamil Chade, Milly Lacombe, Kaká Werá e movimentou Santo Antônio do Pinhal com shows musicais diversos
Com o tema “Deslocamentos e Pertencimentos”, o evento que aconteceu em Santo Antônio do Pinhal (SP) atingiu, segundo a organização, mais de 15 mil participantes com mais de 70 atividades gratuitas e intensa participação da comunidade.
A Festa Literária Internacional da Mantiqueira (FLIMA) encerrou sua sétima edição neste domingo (18) consagrada como um dos eventos mais pulsantes do calendário literário nacional. Realizada pela primeira vez no mês de maio, durante o outono, o encontro reuniu milhares de pessoas, que acompanharam uma programação gratuita e diversa com mais de 70 atividades ao longo de quatro dias.
Com o tema “Deslocamentos e Pertencimentos”, a curadoria formada por Cristiane Tavares, Maria Carolina Casati e Roberto Guimarães propôs diálogos potentes sobre literatura, migração, memória, identidade e ancestralidade. O público lotou todas as mesas, oficinas e shows — entre eles os de Juliana Linhares, Dj Luis Simonetti, Paulo Tatit, Quimbará e Zé Pitoco, que transformaram o centro da cidade em palco para encontros entre arte, palavra e música.
O evento contou com a participação de autores como Jamil Chade, que falou sobre exílio e distopia a partir de seu novo livro (ainda não publicado) que traz Crônicas de uma viagem pela distopia americana, Luciany Aparecida, Kaká Werá, Bianca Santana, Milly Lacombe, Dia Nobre, entre outros. Em um dos momentos mais marcantes, Luciany destacou: “A literatura é esse lugar onde a gente não desaparece. É onde a gente existe de novo.”
Além das mesas literárias, a FLIMA promoveu ações de acessibilidade, como LIBRAS, audiodescrição e legendas nas transmissões do auditório, permitindo maior inclusão do público. As mesas foram transmitidas pelo YouTube e instagram, em tempo real e alcançaram ao menos cinco mil espectadores. Os vídeos seguem salvos e podem ser vistos no canal da FLIMA.
Outros destaques foram a Feira de Livros e a Feira de Produtores Mantiqueira, que reuniram mais de 50 expositores entre editoras independentes, coletivos editoriais, livrarias, designers e produtores artesanais da região, que movimentaram a economia local e fortaleceram os vínculos com a comunidade.
A festa também se expandiu para além dos espaços tradicionais, ocupando praças, escolas e bares da cidade. “A FLIMA é uma travessia entre afetos e palavras. A Mantiqueira se torna, durante o festival, um território onde as histórias se cruzam, resistem e florescem”, comentou o diretor e curador, Roberto Guimarães.
A data para o próximo ano deve ser divulgada nos próximos dias, bem como o tema e homenagem.
FLIMINHA
Além da programação intensa e cuidadosamente elaborada para promover debates ricos em conteúdo para o público adulto, a FLIMA 2025 trouxe também a Fliminha.
Voltada especialmente para o público infantil, a Fliminha encantou com uma programação repleta de atividades como contação de histórias, oficinas criativas, apresentações teatrais, shows e muito mais.
Entre os destaques, estiveram a oficina de origami conduzida com delicadeza por Maria do Carmo e a oficina de argila ministrada pela indígena Chirley Pankará, que emocionou ao proporcionar às crianças um contato direto com a natureza.
“O contato das crianças com a natureza em sua forma primária é emocionante! Ver elas moldando a argila, criando esculturas e brincando é um momento de muito aprendizado e respeito com nosso bem mais precioso”, ressaltou Chirley.
Os shows infantis também foram momentos de muita interação e alegria para os pequenos.
“Com certeza, no próximo ano, teremos uma Fliminha ainda mais recheada de atividades! As crianças são nossos futuros leitores, e esse contato precoce com o universo da cultura faz toda a diferença”, destacou a curadora Cristiane Tavares.
Vendas
O balanço parcial de vendas de livros no festival aponta que foram comercializados cinco mil exemplares nos quatro dias de evento.
Segundo a Livraria Mantiqueira, livraria oficial da Flima, foram vendidos cerca de dois livros por minuto. Os autores mais procurados foram Milton Hatoum, Milly Lacombe, Jamil Chade, Luciany Aparecida e Marcelo Leite.
Sobre a FLIMA
Com sede em Santo Antônio do Pinhal (SP), coração da APA (Área de Proteção Ambiental) da Serra da Mantiqueira, a FLIMA – Festa Literária da Mantiqueira celebra a literatura viva e promove encontros para refletir sobre as questões contemporâneas por meio da literatura, da arte e da educação, contemplando múltiplas vozes e sempre homenageando um autor brasileiro – e vivo.
Desde a primeira edição, em 2018, a curadoria privilegia uma programação democrática, diversa e inclusiva, sem abrir mão da relevância artística. Para ampliar as possibilidades de participação, como acontece desde 2022, parte das atividades da FLIMA 2025 foi definida a partir de dois editais, selecionando propostas de atividades literárias e/ou artísticas para o público adulto e infantojuvenil.
Nas seis primeiras edições do festival, quatro presenciais e duas online, foram realizadas mais de 400 atividades para crianças, jovens e adultos, com cerca de 60 mil participantes e convidados como Ana Maria Machado, Ana Maria Gonçalves, Conceição Evaristo, Daniel Munduruku, Eliane Brum, José Eduardo Agualusa, Itamar Vieira Junior, Lilia Schwarcz, Luiz Ruffato, Maria Valéria Rezende, Marina Colasanti e Sidarta Ribeiro.
A FLIMA 2025 conta com o apoio do Governo do estado de São Paulo, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Programa de Ação Cultural – ProAC e do Fomento CULTSP.
Serviço – mais informações sobre a FLIMA pode ser acessadas no site oficial: https://flima.net.br, YOUTUBE da FLIMA e Instagram
FONTE: JÉSSICA BALBINO
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Paulista, escritor e ativista cultural, casado com a publicitária Elenir Alves e pai de dois meninos. Criador e Editor da Revista Conexão Literatura (https://www.revistaconexaoliteratura.com.br) e colunista da Revista Projeto AutoEstima (http://www.revistaprojetoautoestima.com.br). Chanceler na Academia Brasileira de Escritores (Abresc). Associado da CBL (Câmara Brasileira do Livro). Já foi Educador Social e também trabalhou por 18 anos no setor de Inclusão Digital na Cidade de S. Paulo, numa rede de solidariedade que desenvolve ações de promoção da vida em várias partes do país e do mundo, um trabalho desenvolvido para pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social. Participou em mais de 100 livros, tendo contos publicados no Brasil, México, China, Portugal e França. Publicou ao lado de Pedro Bandeira no livro “Nouvelles du Brésil” (França), com xilogravuras de José Costa Leite. Organizador do livro “Possessão Alienígena” (Editora Devir) e “Time Out – Os Viajantes do Tempo” (Editora Estronho). Fã n° 1 de Edgar Allan Poe, adora pizza, séries televisivas e HQs. Autor dos romances “Jornal em São Camilo da Maré” e “O Clube de Leitura de Edgar Allan Poe”. Entre a organização de suas antologias, estão os títulos “O Legado de Edgar Allan Poe”, “Histórias Para Ler e Morrer de Medo”, “Contos e Poemas Assombrosos” e outras. Escreveu a introdução do livro “Bloody Mary – Lendas Inglesas” (Ed. Dark Books). Contato: ademirpascale@gmail.com