Mauricio Pereira – Foto divulgação |
O perfil do autor no Instagram “@omauassombrado” nasceu em 2021 da sua vontade escrever mais e se sentir mais próximo de seus leitores de seus livros.
ENTREVISTA COM MAURICIO PEREIRA, POR ADEMIR PASCALE, ESCRITOR E EDITOR DA REVISTA CONEXÃO LITERATURA:
Revista Conexão Literatura: Como e quando surgiu o Mau Assombrado?
Mauricio Pereira: Do encadernado que resultou da Conclusão de Curso de Pós, saiu um boneco do livro “Histórias de Assombração” que foi apresentado a diversas editoras e fechado contrato com a DCL editora. Assim nasceu o livro Contos de Assombração que saiu em 2010 e no mesmo ano foi comprado pelo governo federal e distribuído em todas as escolas públicas do Brasil. Daí o pessoal da editora lhe disse ter autor que passava a vida inteira querendo colocar um livro no PNBE e não conseguia e que ele, um estreante, conseguiu!
Então ele teria de fazer novos livros e dessa encomenda nasceu “Causos de Assombramento em quadrinhos”, seu segundo livro! Que ele escreveu e ilustrou em 2011 e que também foi adquirido pelo governo federal e novamente distribuído em todas as escolas e bibliotecas públicas do país. Daí em diante não parou mais de escrever e desenhar.
Revista Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho de um dos seus livros especialmente para os nossos leitores?
Mauricio Pereira: A manhã estava um espetáculo e como sempre ocorria nesta época, aos poucos o véu da neblina ia se abrindo, bem devagar, exibindo o seu ator principal — o sol — que a julgar pelo extenso e profundo azul do cenário, iria estender um monólogo até o fechar das cortinas, quando o astro saí de cena dando início há um novo show; e este, não menos fascinante, com um incontável número atores e atrizes em palco, cada um brilhando a sua forma, seguindo seu roteiro, e nesta data aproveitando a ausência da protagonista Lua. Gustavo, da cozinha, observava os pássaros, com seus duros bicos furando as laranjas no pomar. Mal terminou de tomar café com farinha e biscoitos, pegou seu estilingue e resolveu sair para dar umas pedradas nos alados ladrões de frutas.
Caminhando a passos leves entre os galhos e as folhagens, ele atira a primeira pedra em um sanhaço que, por sua vez, saboreava amoras e que por sorte não fora atingido, pois o menino tinha uma péssima pontaria. A pedra acertou o tronco e zuniu para o lado do pé de abacate. Com o barulho, a passarinhada se assustou e voou para o mato, entre eles uma, juriti que caminhava por ali. Ao avistar a juriti, o menino resolveu segui-la, indo em direção ao mato também. Com uma pedra no couro do estilingue, ele pegou a trilha que atravessava a floresta e saia no sítio da dona Augusta.
Revista Conexão Literatura: E você, acredita em assombração?
Mauricio Pereira: Mauricio acredita e respeita as coisas que ainda não tem uma explicação, pois segundo ele, às histórias que seus pais, tios e amigos contavam, eram todas contadas como verdadeiras e ele mesmo já viu algumas “coisas” que podem ainda atualmente, ser consideradas “assombrações” nos dias de hoje.
Revista Conexão Literatura: Como os interessados poderão adquirir os seus livros e saber mais sobre o seu trabalho?
Mauricio Pereira: Os livros de Mauricio Pereira podem ser encontrados facilmente na internet, nos Marketplaces e na Amazon, ou ainda comprar diretamente com o autor pelo seu Instagram @omauassombrado.
Revista Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Mauricio Pereira: Atualmente está em fase de conclusão de um livro onde narra histórias de Saci, passando seus outros livros para o formato de livro eletrônico e também se ocupa contando histórias de assombração para a criançada em escolas.
Perguntas rápidas:
Um livro: Marcelo, Marmelo Martelo e outras histórias de Ruth Rocha
Um ator ou atriz: Paulo Autran
Um filme: O homem que desafiou o diabo
Um hobby: Confeccionar máscaras de papelão
Um dia especial: 12 de outubro
Revista Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Mauricio Pereira: Costumo dizer que apesar de gostar muito de escrever, na realidade a literatura entrou em minha vida de uma forma não planejada, fui meio que forçado a entrar neste mundo.
Eu só queria fazer um registro de histórias do meu pai para o meu filho (que não chegaram a se conhecer) e de repente vi essas histórias chegando aos filhos de milhares de brasileiros.
Tomei gosto e sou muito feliz com esse resultado!