O autor, Márcio Jerônimo de Freitas, é natural de Ituiutaba/ MG. Historiador, escritor, poeta, contista, teatrólogo, contador de histórias. Inspirado na mãe, poetisa e escritora, traz da infância o gosto pela escrita, entre seus brinquedos, estavam os livros. Crê no poder das palavras para transformar as pessoas e o mundo. Acredita que tudo que a pessoa sonhe ser capaz de fazer, deve começar, pois, a ação traz surpresas e a realização. Prêmios literários: Vencedor do 1º e 2º Concursos SFX de Literatura, Ed. Scortecc, Troféu Cora Coralina, Academia de Letras de Goiás, Prêmio Nordeste de Literatura, Ed. Mágico de Oz. Troféu Luís Vaz de Camões, ANALAP/Portugal. Destaque Literário, Ed. Mágico de Oz. Prêmio Literartes Kids de literatura infantil.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Márcio Jerônimo de Freitas: Bem, comecei cedo, minha mãe era escritora, poetisa, dramaturga, e aos doze anos eu já a auxiliava digitando suas peças de teatro, foi quando escrevi também meu primeiro texto teatral. Ela foi ainda diretora e redatora de um jornal na década de 1970. Ainda em criança, ao vê-la escrever, eu imaginava que um dia faria o mesmo. Pouco depois produzi cinco peças de teatro, e vieram as poesias e contos. Ela escreveu vinte peças de teatro, além de livros de poesias, contos e um roteiro para cinema. Foi auxiliando-a nesses trabalhos todos que iniciei no campo da literatura. Quando os textos de minha mãe chegavam da censura federal, havia partes do texto, frases ou palavras riscadas, proibidas de serem ditas, estávamos em pleno regime militar. E aquelas proibições indignantes e absurdas que aconteciam no período da tenebrosa ditadura, me estimulavam ainda mais a querer escrever.
Conexão Literatura: Você é autor do livro “Histórias na Floresta”. Poderia comentar?
Márcio Jerônimo de Freitas: Sim, meus pais eram bons contadores de histórias, um habito que adquiri, e eu contava também para meus filhos. Eles gostavam muito e sempre me pediam mais. Houve um momento em que eu não conhecia mais nenhuma história, estavam repetitivas. Então, passei a inventá-las. Mas, aconteceu que no dia seguinte eles queriam que eu repetisse aquela que havia inventado, como geralmente eu não me lembrava dos detalhes, passei a anotá-las, pois meus filhos cobravam as minúcias. Após trinta anos, encontrei essas anotações guardadas na gaveta e decidi publicá-las. Foi assim que surgiu o livro Histórias na Floresta, pelo amor a meus dois filhos.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?
Márcio Jerônimo de Freitas: Boa pergunta. Foi um processo longo, na verdade, tem toda uma história por trás desse livro. Para resumir, eu mostrei os textos para uma amiga em Uberaba, a bibliotecária Adriana Fonseca, que encaminhou para uma amiga avaliar o trabalho. Nesse ponto os escritos já tinham a feição de um livro. Anos depois, a mesma Adriana me apresentou ao escritor Tiago de Melo Andrade, que me deu uma verdadeira aula de literatura, e aceitou revisar o meu texto. Alguns anos depois, já na pandemia, decidi publicar. Assim, enviei o livro para uma professora minha da Universidade, Iolanda Rodrigues Nunes, do Rio de Janeiro, especialista em educação infantil, para uma revisão crítica da obra, a qual também me deu uma aula de literatura, e me incentivou a publicar. Uma amiga, de Pernambuco, Isadora Cristiana, fez a revisão final. Fiz um primeiro contato com a editora Scortecc de São Paulo, com a qual eu publico já há 15 anos. Um ano depois, o livro fora publicado e lançado, em abril de 2022, na feira ELICER (Encontro Literário do Cerrado), em Ituiutaba/MG.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?
Márcio Jerônimo de Freitas: É difícil destacar uma parte em especial, o livro é composto de oito histórias com temas variados. Mas, uma delas me traz uma memória interessante. Intitulada Eleição na Floresta, essa história, que está no livro, agradou muito a meu filho mais velho, que hoje é professor na escola de Design da UEMG. À época, então com 5 anos de idade, inspirado nessa história, ele escreveu e ilustrou uma história semelhante. Diferente da minha, que, em realidade, a eleição nem acontece, por divergências, como podem ver no livro, na dele, a eleição aconteceu. Já naquela época, ele mostrava um dos perigos do voto impresso, pois, ao final, a urna pega fogo e se queimam todos os votos. E o Leão, convicto de que teria a maioria dos votos, adoeceu por causa disso. Tenho a história e os desenhos dele guardados até hoje.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deve proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Márcio Jerônimo de Freitas: Sim, o livro Histórias na Floresta, tem tido boa aceitação, recebo elogios. Muitos que o adquiriram têm indicado o livro para as escolas de seus filhos, com isso, várias escolas já adotaram o livro a ser utilizado com os alunos, a partir do próximo ano letivo, em Minas Gerais e na Bahia. Aqueles que gostarem e puderem indicar às escolas, nós agradecemos. Podem ver um pouco sobre meu trabalho no Instagram: @marciojhero. O livro pode ser adquirido nos seguintes locais:
Livraria Pingo de Letra:
https://www.pingodeletra.com.br/historias-na-florestamarcio-jeronimo-de-freitas/prod-9335638/
Livraria Asabeça:
Amazon:
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Márcio Jerônimo de Freitas: Na literatura infantil, estou terminando o segundo volume de Histórias na Floresta, com novas peripécias e novos temas. E também, concluindo um romance e um livro de contos. Estou ainda fazendo uma pesquisa sobre a história do feminismo.
Perguntas rápidas:
Um livro: 1984, de George Orwell
Um (a) autor (a): Willian Shakespeare
Um ator ou atriz: Fernanda Montenegro
Um filme: Matrix
Um dia especial: Todos os dias são especiais.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Márcio Jerônimo de Freitas: Sim, gostaria de comentar a respeito do uso dos eletrônicos, pelas crianças. Tem o seu lado bom, oferece diversão, educação e informação, mas também, há perigos e malefícios à saúde. É preciso controle. E ao se lerem as fábulas com e para os as crianças, compartilha-se duas coisas com elas: o tempo e o espaço, cria-se memórias e afasta-as um pouco dos eletrônicos. Como tudo vira lembrança, então, que se deixem felizes lembranças na vida das crianças, contando-lhes boas histórias.