Fauno Mendonça nasceu em 1968 no Planalto Central, Goiânia, ano que nunca acabou. Período tumultuado não somente no Brasil, mas, sobretudo, no mundo.
No segundo verão da década de 90, tornou-se bacharel em Direito, foi advogado. Atualmente trabalha no Poder Judiciário e reside em Brasília há quase trinta anos.
Aos 35 anos, publicou seu primeiro livro: A Busca dos Loucos. Depois de quase 10 anos sem escrever outras obras, escreveu Encontre-se, logo em seguida mais três livros foram escritos, D. e o Procurador, Bragof e Ao Norte do Silêncio.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Fauno Mendonça: Ao iniciar minha compreensão sobre as coisas e as pessoas, antes mesmo de ter contato com a leitura e com a escrita, acho que esse foi o grande início, em face da literatura em seu sentido mais amplo.
Penso que a literatura não se resume a livros, pois ela vai além da própria escrita, abarca tudo ao nosso redor. Ademais, a fala também merece grande destaque nesse âmbito. Contudo, formalmente asseverando, o fabulista francês Jean de La Fontaine, no período de minha infância, impulsionou-me para esse mundo de infinitas possibilidades.
Ressalto, entretanto, que ao adentrar na adolescência e ter contato com os grandes clássicos, a literatura floresceu não apenas do plano da leitura, mas no plano da escrita também. Trata-se de um processo lento que ainda se desenvolve até os dias de hoje.
Conexão Literatura: Você é autor do livro “D e o Procurador”. Poderia comentar?
Fauno Mendonça: Sim, sou seu autor.
O livro foi baseado e teve profunda influência do livro de Bram Stoker, Drácula. Quem leu essa magnifica obra sabe, no entanto, que há alguns personagens que aparecem no curso da narrativa sem explicações claras acerca de suas origens.
Assim, escrevi o livro descrevendo fatos anteriores aos fatos passados na obra de Bram Stoker.
Quem ler “D. e o Procurador” irá, no mundo da ficção, encontrar alguns desses personagens que foram magistralmente descritos pelo escritor irlandês, porém, detalhei suas origens para melhor compreensão do leitor. Destaco ainda que não continuei a estória desse clássico, ao contrário, minha obra terá “continuidade” na própria obra de Bram Stoker.
De qualquer forma, isso não quer dizer que quem não leu “Drácula” deixará de entender “D. e o Procurador”. Mantive o clima vitoriano e todos os aspectos que envolveram “Drácula”, mas ela tem vida própria.
Tal qual o livro de Bram Stoker, meu livro não se trata de uma obra de ficção de terror, apesar de conter alguns desses elementos, trata-se, na verdade, de um drama denso que caminha ao lado da sombra da morte, da dor e das buscas introspectivas que cada ser humano enfrenta ao combater seus fantasmas interiores, ante as intempéries de sua existência.
Conexão Literatura: Como é o seu processo de criação? Quais são as suas inspirações?
Fauno Mendonça: Não há regra fixa para criação nem para as inspirações. Acho que elas fluem naturalmente, procuro não pensar logicamente sobre isso, apenas sinto e escrevo, mas, por óbvio, a criação e a inspiração impõem um processo de austera disciplina. Não há como escrever sem estudar bastante, não apenas os aspectos linguísticos, mas estudar também todas as unidades que fazem parte da escrita. Isso vale ainda para a inspiração, porquanto, para ter inspiração, deve-se, sobretudo, prestar atenção ao mundo, às leituras formais, aos filmes, enfim, a tudo que está ao nosso redor. Dessa forma, a criação e a inspiração terão as fortalezas necessárias para contribuir com a narrativa da obra proposta pelo autor.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do livro especialmente para os nossos leitores?
Fauno Mendonça: “…Senhores, obtive informações fidedignas de que o Conde Drácula irá para a Inglaterra em um futuro próximo. Receio dizer aos senhores que sua vinda mudará nosso destino. Sua moléstia maligna poderá não só atingir os ingleses, mas o restante do mundo. Poderemos nos tornar escravos eternos desse ser que saiu de sua tumba maldita na longínqua Transilvânia para nos atormentar…”
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deve proceder para adquirir o livro?
Fauno Mendonça: Na Amazon e no Clube dos Autores. Mas há outros tantos canais que poderão obtê-lo, basta buscar no Google.
Conexão Literatura: Quais dicas daria para os autores em início de carreira?
Fauno Mendonça: Preste atenção aos fatos, leia, estude muito, pois a inspiração virá naturalmente com grande vigor. Deixe a mente fazer o trabalho técnico de construção do livro, mas, lembre-se, quem comanda a escrita é a alma. Quem deter a técnica da escrita e a vontade de escrever irá contribuir para que outras pessoas possam sonhar e aprender. Boa sorte a todos os escritores! A literatura desvenda a vida!
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Fauno Mendonça: Sim, vários, mas, por enquanto, estou tentando dar visibilidade aos meus livros já escritos, isso demanda muita energia.
Perguntas rápidas:
Um livro: Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis.
Um ator ou atriz: Kevin Spacey
Um filme: Drácula de Bram Stoker
Um hobby: Ler e escrever
Um dia especial: Natal
Paulista, escritor e ativista cultural, casado com a publicitária Elenir Alves e pai de dois meninos. Editor da Revista Conexão Literatura (https://www.revistaconexaoliteratura.com.br) e colunista da Revista Projeto AutoEstima (http://www.revistaprojetoautoestima.com.br). Chanceler na Academia Brasileira de Escritores (Abresc). Associado da CBL (Câmara Brasileira do Livro). Participou em mais de 100 livros, tendo contos publicados no Brasil, México, China, Portugal e França. Publicou ao lado de Pedro Bandeira no livro “Nouvelles du Brésil” (França), com xilogravuras de José Costa Leite. Organizador do livro “Possessão Alienígena” (Editora Devir) e “Time Out – Os Viajantes do Tempo” (Editora Estronho). Fã n° 1 de Edgar Allan Poe, adora pizza, séries televisivas e HQs. Autor dos romances “Jornal em São Camilo da Maré” e “O Clube de Leitura de Edgar Allan Poe”. Entre a organização de suas antologias, estão os títulos “O Legado de Edgar Allan Poe”, “Histórias Para Ler e Morrer de Medo”, “Contos e Poemas Assombrosos” e outras. Escreveu a introdução do livro “Bloody Mary – Lendas Inglesas” (Ed. Dark Books). Contato: ademirpascale@gmail.com