Roseli Gimenes – Foto divulgação

Fale-nos sobre você. 

Roseli Gimenes tem pós-doutorado em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), é doutora em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUC-SP), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP),  especialista em ‘Grande Sertão Veredas, de João Guimarães Rosa’ (USTJ) e em ‘O professor universitário em sala de aula’ (PUC-SP). Tem licenciatura e bacharelado em Letras.

É coordenadora do curso de Letras da Universidade Paulista (UNIP). Líder com Cielo Festino do Grupo de Pesquisa Encontros Interculturais no EAD (CNPQ-UNIP).

É docente do curso Semiótica Psicanalítica da PUC-SP.

Coordena o projeto “Cultura em Foco” do Instituto Legus.

Publicou várias obras sobre cinema, literatura e psicanálise. A mais recente (2022) ‘Existe Inteligência Libidinal’ na Coleção Interrogações, coordenada por Lucia Santaella, da Editora Estação das Letras e Cores.

Publica regularmente contos e poemas.

Fale-nos sobre o livro. O que motivou a escrevê-lo? 

A motivação para a obra foi de fato desmistificar a Inteligência Artificial que tem amedrontado as pessoas, principalmente porque acham que as máquinas substituirão os humanos, uma discussão que vem de longa data. É preciso lembrar que a IA trouxe e traz muitos benefícios. Mesmo aqueles que a criticam usam e abusam dela, sem saber que fazem parte da IA. Essa discussão tem feito parte de minhas pesquisas que começaram já na publicação de literatura em forma de bit, ou seja, de livros virtuais, uma constante entre nós. Quando fiz meu pós-doc e tratei da inteligência libidinal passei pela IA de obras da ficção científica para entender o que era inteligência e como sabemos quem é inteligente. Humanos são inteligentes só porque são humanos? 

Fale-nos sobre seus outros livros. 

Há algum tempo tenho pesquisado também as questões psicanalíticas, a semiótica psicanalítica em relação aos sintomas da cultura, título do curso em que ministro aulas na PUC-SP. Assim, publiquei ‘A menina de Lacan: um conto Rosa’, traçando relações entre a literatura – o conto ‘A menina de lá’, de Guimarães Rosa – e a psicanálise de cunho lacaniano em seu trabalho sobre a linguagem e sobre a psicose. Da mesma forma, publiquei sobre o cinema do cineasta espanhol, Pedro Almodóvar, tratando das relações do cinema com a linguagem da psicanálise e sobre a perversão, termo a ser usado com muita parcimônia. E, então, já pesquisando a inteligência artificial, publiquei ‘Literatura Brasileira do átomo ao bit’, buscando um percurso sincrônico de textos de autores brasileiros que levassem em conta a criação para além da linguagem verbal, usando principalmente a linguagem imagética, concreta, digamos assim. Não é uma obra diacrônica, mas uma seleção de obras nesse sentido. Recentemente, lancei a obra ‘Existe inteligência libidinal?’, resultado das pesquisas do pós-doc, mas também das questões acerca do que é inteligência e de como seria, para além da inteligência emocional, ter uma inteligência liberada pela libido. Como ficção científica, essa inteligência é uma hipótese que, na obra, é estudada pelo cinema de ficção científica. Por incrível que pareça, as máquinas parecem desejantes da inteligência libidinal.

Como analisa a questão da leitura no país?

Percebo que há muitos lançamentos de obras didáticas e de ficção. É possível até concordar com muitos autores de que há mais obras do que leitores. Mas esse grande número de obras também é uma coisa positiva porque abre o leque de escolhas aos leitores. Vejo também que a ‘escola’ abriu-se para um mundo de livros não canônicos, não constantes de listas tradicionais, mais uma ampliação ao olhar de leitores desejantes. Então, sim, a leitura no país vai muito bem. As feiras de livros proliferam, pequenas editoras estão por todo lado e, se grandes livrarias fecharam, muitas outras encantadoras abriram portas de forma muito criativa. Sempre brinco quando recebo a entrada de venda de mais um livro, ou seja, eles circulam e isso é muito bom.

O que tem lido? 

Tenho lido muita coisa sobre o racismo estrutural, sobre a endogênese indígena, sobre o neo-humano, e principalmente muita literatura: Marcelo Rubens Paiva, José Falero, Geovani Martins, Marco Moretti, Lourenço Mutarelli, Itamar Vieira Júnior; e obras de mulheres que estão conquistando prêmios literários por todo lado, como Tatiana Levy e Andrea del Fuego, entre outras.

Link para o livro:

https://lcm.com.br/site/#/livros/detalhesLivro/inteligencia-artificial-nao-e-um-bicho-de-sete-cabecas.html 

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021) e O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). Colunista da revista Conexão Literatura e apresentadora do programa “Nóis sabe português” na TV Cidade de Santo André: https://www.tvcsa.tv.br/nsp/.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro juvenil se denomina O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). Apresentador do programa “Nóis sabe português” na TV Cidade de Santo André: https://www.tvcsa.tv.br/nsp/.

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