Sou professor e desde os anos de 1990, quando já me identificava com o mundo da leitura, iniciei a rascunhar meus primeiros textos poéticos. Então, desde essa época, já me considero também poeta e escritor. Meu primeiro livro, “Baú de sonhos”, foi publicado em 2019, pela editora Saramago (tendo sua segunda edição em 2024, pela editora Albatroz). Também tive alguns textos, em prosa e versos, publicados em algumas coletâneas no ano de 2021.
Considero-me um ser humano “bem-aventurado” (ou quem sabe alguém “cutucado” pelo destino?), pois “venci na vida” com muita determinação e esforço. O menino que “tinha fome de leitura” e que apenas sonhava com livros que não podia ler, atualmente, pode realizar aqueles antigos desejos literários (e outros sonhos mais), através da profissão de educador e também de escritor, divulgando sua literatura para um público bem maior do que apenas seus “amigos-leitores”.
Além de ler e escrever, gosto de estar com os amigos, conversar e dar boas risadas naquelas “resenhas” de final de semana, que exorcizam os fantasmas do dia a dia com o bom humor e a amizade e que, além de tudo, ainda servem como “pano de fundo” para a “inspiração” literária de meus escritos.
FALE-NOS SOBRE O LIVRO.
“Memórias da casa velha” é um livro que relata episódios de um passado remoto (as memórias de um narrador-menino) e histórias mais recentes que contam fatos ocorridos na vida do adulto-menino de hoje que cresceu, mas que ainda mantém viva a “criança interior” que relembra de alguns fatos (históricos ou inventados?) que marcaram a sua vida pessoal e da comunidade onde passou sua infância e adolescência.
Os textos que compõem esse livro (escritos, mais ou menos, entre 2020 e 2023), relatam essas histórias que ecoavam na mente do escritor, exigindo serem reveladas em forma de memórias literárias e “outros escritos afins”. Sendo assim, podemos dizer que “Memórias da casa velha” seria o álbum-literário de A. Nogueira Silva, onde são reveladas as histórias de pessoas, lugares, momentos e sonhos que marcaram o menino-narrador-de-ontem e que despertaram o narrador-adulto-de-hoje.
Portanto, encontraremos nesse livro textos que narram desde fatos da infância/adolescência do narrador-menino até episódios mais contemporâneos, como os estranhos “terremotos” na década de 90 ou a diluviana enchente de 2009, que atingiram nossa pequena e desconhecida cidade, revelando as fortalezas e as fraquezas de ontem e de hoje, tanto na individualidade do narrador, quanto na coletividade da comunidade palhanense.
A QUESTÃO DA LEITURA NO PAÍS.
Me interrogo sobre o quanto há de desinformação e discrepâncias com relação à leitura e ao acesso a essa atividade cultural tão essencial em nosso país. O sociólogo e crítico literário Antônio Cândido afirma que a literatura tem de ser vista como um direito básico do ser humano. Diante dessa afirmação nos interrogamos sobre os problemas socioeducacionais relativos à falta de acesso à leitura que ainda persistem em nosso país: o número de crianças/jovens ainda fora da escola; as instituições escolares que ainda não têm “salas de leitura” adequadas ou aquelas poucas bibliotecas com acervos aquém da necessidade leitora dos estudantes, além da falta de projetos/incentivos governamentais para aquisição de acervos literários para o público leitor brasileiro.
E então surge a esperança “no fim do túnel”: pequenos projetos desenvolvidos em escolas públicas, apesar de todas as adversidades; os meios de comunicação e as novas mídias intensificando o ato da leitura; ONGs e autores se unindo na corrente do bem em prol da doação de livros para comunidades e entidades, entre outras ações que intensificam ainda mais o desejo de um Brasil leitor e formador de opinião, tão bem preconizado nas sábias palavras do grande Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros”.
AUTOR E SEU TRABALHO LITERÁRIO.
Quem quiser saber mais informações poderá visitar as redes socias do autor e da editora. Nesses meios eletrônicos os leitores conseguirão vislumbrar um pouco de suas obras, pois lá poderão entrar em contato com trechos e links dos livros que são postados para leitura e análise, como também poderão pesquisar sobre a biografia do autor, entre outras novidades literárias.
Facebook: Antonio Nogueira da Silva
Instagram: @prof.antonionogueira
Instagram: @nateshaeditora
UMA PERGUNTA QUE NÃO FIZEMOS E GOSTARIA DE RESPONDER.
Gostaria de falar sobre a importância da leitura em minha vida e, particularmente, na escrita dessa obra. Em minhas leituras, gosto de misturar um pouco os gêneros literários, e assim, entre a leitura de um romance e outro, costumo me entreter com livros de poemas, contos, ensaios, HQs, entre outros gêneros.
Entre essas leituras li três livros que me incentivaram a começar a escrever (ou organizar), alguns escritos num volume de memórias: dois deles são do grande escritor regionalista José Lins do Rego: no romance autobiográfico “Menino de engenho”, me sensibilizei com a história daquele narrador-menino perdido em seu mundo interior e tentando se acostumar a uma nova realidade no engenho de seu avô; como sofri, quando aquele menino teve que deixar tudo e ir embora naquele trem, levando a dor da saudade e deixando as lembranças da meninice para trás (uma inesquecível imagem poética do exílio e da perda da infância) Já nas memórias de “Meus verdes anos”, o leitor dá um mergulho dolorido e idílico na infância do menino Zé Lins – as peraltices, as doenças infantis, as primeiras experiências sexuais, a perda dos pais – imagens fortes que se misturam às memórias do leitor, levando-o a retornar à própria infância.
No último livro, “A menina do sobrado”, as memórias de Cyro dos Anjos tocam fundo, ao narrar as lembranças de uma cidadezinha do interior, com todas as suas dificuldades e também particularidades: as reuniões em família, a autoridade paterna, os namoricos da adolescência, as rixas entre a molecada da rua, as expectativas adolescentes sobre a vida e o mundo.
E assim, após a leitura desses livros, fui escrevendo e rescrevendo alguns textos e, quando percebi, o livro tinha surgido: aqui, uma crônica bem brasileira falando da seca ou das enchentes; ali, uma memória descrevendo a infância ou a passagem simbólica da adolescência; acolá, um relato sobre um assunto político-social e, assim, foi germinado o volume de minhas “Memórias da casa velha”.
Devo a leitura desses livros à “inspiração” para escrever minhas memórias? Em partes, sim. Porém, devo muito mais, a todas as pessoas e experiências (individuais e coletivas), que fizeram aquele “menino que tinha fome de leitura” desbravar a vida e os sonhos e finalmente conseguir descobrir o “tesouro da literatura”, tornando-se professor e, mais tarde, escrevendo seus próprios livros.
Aquele “menino que tinha fome de leitura”, conseguiu persistir e não abandonou o sonho e a esperança, e como bem frisou Fabio Shiva em seu belíssimo posfácio “suspeito que esse menino é, de fato, o verdadeiro autor dessas ‘Memórias da casa Velha’. O simpático professor, o homem adulto que hoje assina como A. Nogueira Silva é apenas o pseudônimo, um estratagema necessário para aquele ‘menino que tinha fome de leitura’ que está mais vivo do que nunca.”
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023) e Mariano (Opera Editorial, 2024). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023) e Mariano (Opera Editorial, 2024).
Paulista, escritor e ativista cultural, casado com a publicitária Elenir Alves e pai de dois meninos. Editor da Revista Conexão Literatura (https://www.revistaconexaoliteratura.com.br) e colunista da Revista Projeto AutoEstima (http://www.revistaprojetoautoestima.com.br). Chanceler na Academia Brasileira de Escritores (Abresc). Associado da CBL (Câmara Brasileira do Livro). Participou em mais de 100 livros, tendo contos publicados no Brasil, México, China, Portugal e França. Publicou ao lado de Pedro Bandeira no livro “Nouvelles du Brésil” (França), com xilogravuras de José Costa Leite. Organizador do livro “Possessão Alienígena” (Editora Devir) e “Time Out – Os Viajantes do Tempo” (Editora Estronho). Fã n° 1 de Edgar Allan Poe, adora pizza, séries televisivas e HQs. Autor dos romances “Jornal em São Camilo da Maré” e “O Clube de Leitura de Edgar Allan Poe”. Entre a organização de suas antologias, estão os títulos “O Legado de Edgar Allan Poe”, “Histórias Para Ler e Morrer de Medo”, “Contos e Poemas Assombrosos” e outras. Escreveu a introdução do livro “Bloody Mary – Lendas Inglesas” (Ed. Dark Books). Contato: ademirpascale@gmail.com
Interessante esse ponto de vista de narrador-menino. Realmente, há histórias que ficam dando voltas na mente de um escritor. Adorei a entrevista.
Que bom que vc gostou, Solange. Em “Memórias da Casa Velha”, muitas histórias são contadas a partir das lembranças da “mente infantil” daquele menino-narrasor, embora tenham sido escritas hj, após muitos anos dos fatos ocorridos.
Um livro muito bom me encantei enquanto Lia é a realidade de quem já morou no interior a gente vive junto a cada trechinho que é lido no livro. Muito legal.