O livro Cavernas de aço surgiu quando um editor pediu a Isaac asimov um romance de robôs. Mas pediu um romance no qual a terra estava super povoada e os robôs estavam tirando os empregos dos humanos. Quem conhece asimov sabe o quanto um plot desses seria indigesto p ele.
Antes de asimov, a maioria das histórias de FC mostrava os robôs como vilões que iriam destruir a humanidade. O escritor o mostrou com um olhar compassivo sobre os robôs e inventou as três leis da robótica:
1) um robô não pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal; 2) os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei; e 3) um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com as leis anteriores.
Assim, uma história em que robôs estão tirando o emprego de pessoas de carne e osso é o tipo de coisa que ele jamais se interessaria em escrever. Mas o editor deu uma ideia interessante: que tal um romance policial em que um detetive precisa resolver a situação junto com um robô? Esse plot parecia muito mais interessante e dava muitas outras possibilidades de abordagens.
O resultado foi cavernas de aço, livro lançado pela editora Aleph. Na história, os humanos colonizaram alguns mundos onde a tecnologia se desenvolveu de maneira extraordinária, ultrapassando a própria Terra. Já em nosso planeta todos vivem em cidades imensas com ar condicionado e um grupo saudosista, chamada medievalistas se torna cada vez mais popular.
Os medievalistas querem a volta da humanidade para uma época anterior as grandes cidades e têm verdadeiro pavor de robôs.
Um grup de exteriores funda uma cidadela nas fronteiras de nova York e, quando um cientista é morto, o frágil equilíbrio entre a terra e os mundos exteriores pode ser quebrado. Para solucionar o caso é destacado um policial e um robô construído pelo cientista morto.
Asimov consegue produzir um romance policial com praticamente nenhuma ação, baseado apenas em que questões científicas e de lógica.
Asimov consegue equilibrar bem a questões sociológicas envolvidas em sua visão otimistas sobre a ciência e a tecnologia. A relação entre detetive e robô vai se desenvolvendo do estramento inicial ao ponto em que se tornam verdadeiros parceiros.
Só pelo fato de mostrar um outro lado de asimov, o escritor policial, cavernas de aço já vale a pena.
Vale citar parte do texto da introdução, escrita por Asimov, que, de certa forma, resume toda a filosofia do livro: “Mesmo quando eu era jovem, não conseguia acreditar que, se o conhecimento oferecesse perigo, a solução seria a ignorância. Sempre me pareceu que a solução tinha que ser a sabedoria. Qualquer avanço tecnológico pode ser perigoso. O fogo era perigoso no princípio, assim como (e até mais) a fala – e ambos ainda são perigosos nos dias de hoje -, mas seres humanos não seriam humanos sem eles”.