A autopublicação costuma acontecer, na esmagadora maioria das vezes, em desconhecidas editoras pequenas e médias que dificilmente disponibilizarão um único exemplar do livro em qualquer livraria, supermercado, banca de jornal entre outros pontos físicos por aí, ainda considerados espaços essenciais para fisgar leitores. Mas se os exemplares não estarão em pontos físicos, o mesmo será compensado pela presença nos meios virtuais e de qualquer forma estará disponível e poderá despertar a atenção de um leitor que possivelmente o comprará.



Há um preconceito enorme contra títulos nacionais, ainda mais de escritores desconhecidos e independentes. Se o título for de literatura fantástica então, soma-se a isso mais um pontinho de preconceito. Pois bem, se o leitor levar o livro de um escritor independente para casa, saiba que ele terá muito a comemorar por causa das dificuldades citadas acima para o livro conseguir chegar até as mãos do leitor. No começo, o escritor deve comemorar e torcer para que esse estado de júbilo se perpetue até o leitor iniciar e terminar a leitura do livro comprado.

Tenho recebido muitos convites para a leitura de livros de muitos colegas que embarcaram na satisfação de publicar um livro. Recebo de bom grado essa incumbência, apesar de não gostar muito, pois nunca sei a reação daquela pessoa que parecia ser tão amável e legal comigo antes de me enviar a história, mas que quando eu aponto algum aspecto negativo após a leitura, simplesmente a pessoa para de conversar comigo, por que será hein?

Os livros que tenho recebido, tanto digitais quanto físicos, carecem de um trabalho de aperfeiçoamento do material. Não irei discutir a qualidade do texto, da trama, da narrativa, etc. Tal assunto fica para outra oportunidade. Focarei aqui em aspectos mais percebíveis antes da leitura do texto. São aspectos que fazem muita diferença para um escritor. Considero como o cartão de visitas do livro. Faço referência a qualidade da capa, a diagramação e a revisão ortográfica.

Sei muito bem da ansiedade em se publicar algo que uma pessoa construiu com tanta dedicação e amor. A tentação de se publicar algo que acabamos de escrever é altíssima. Não vemos o momento de sair por aí divulgando que há um novo livro na praça. Uma publicação feita por impulso pode ser o começo do nosso fim como escritor, tamanha as críticas que receberemos pela má qualidade do material apresentado (mesmo que o texto seja muito bom) e o desânimo que isso poderá gerar para continuarmos.

Antes de publicar algo, tenha paciência e dinheiro. Sim, dinheiro para gastar para melhorar o original! Mas nem bem vendi um único exemplar e já sairei no prejuízo? Sim, isso mesmo! É melhor oferecer um livro belo esteticamente e não vender nada num primeiro momento – se reservando de críticas ácidas e destruidoras da sua autoestima – do que vender centenas de um material malcuidado e pipocar críticas que irá desmotivá-lo a construir e publicar novas histórias.

Uma vez publicado um livro o escritor perde o controle dele no sentido de não saber ao certo em qual mão chegará. Um material mal feito poderá fechar uma porta que nem abriu ainda para a carreira de uma pessoa como escritor. Todo escritor, de certa forma, quer se tornar conhecido e ter leitores fiéis que com certeza comprarão as suas próximas produções.

Muitos sites de autopublicação disponibilizam serviços de revisão, diagramação, leitura crítica e desenvolvimento de capas para todos os bolsos.

Que tal os escritores independentes nos seus próximos trabalhos saírem no prejuízo num primeiro momento, mas num segundo momento terem orgulho pela qualidade apresentada pelo seu livro mesmo que não venda horrores?

Um dia, quando alguém o comprar, sem dúvida, o escritor ficará tranquilo ao saber que o leitor terá levado para a casa algo que foi trabalhado com muito cuidado antes de ganhar a vida e isso contribuirá para reduzir o estigma de que livro independente é sinônimo de porcaria.
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