O estudioso Câmara Cascudo diz que o mito da
Mantinta Pereira se confunde com o do Saci. Seu nome na língua indígena era
Matin-taperê, mas com o tempo foi aportuguesado para Matinta Pereira. Trata-se
de uma mulher que se transforma em pássaro com um canto de mau agouro: “Aparece
de noite nas vilas, cidades, povoados, atravessando o espaço com seu grito
arrepiante. Os amazonenses e paraenses de hoje apontam velhas como possuindo o
condão de mudar-se em Matintas. Ouvindo seu grito, os moradores prometem, em
voz alta, fumo. Pela manhã uma velha mendiga aparece esmolando. É a Matinta,
que vem cobrar a promessa”.
A Matinta foi a primeira lenda do norte com a
qual tive contato, logo que me mudei para Belém. Quando uma coruja piava,
dizia-se que era a Matinta anunciando a morte de alguém.
A Matinta Pereira aparece no meu romance
Cabanagem desenhada pelo talentoso paraense Andrei Miralha. O desenho é
impressionante, mostrando-a como uma velha bruxa, em meio à floresta e à lua,
seus cabelos e seu vestido esfarrapado confundindo-se com as folhas das
árvores. O original dessa ilustração é uma das recompensas do projeto.
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