Lucelia L. Santos, é Professora de Matemática, Psicopedagoga e Docente do Ensino Superior. Autora do livro – Matemática e Ética: um convite à reflexão – Editora Haikai, e participou de cinco antologias: Tempo ao Sol – conto premiado Sonho Infinito – Travassos Editora; Pequeno Atelier de Palavras – conto Sinergia – Editora Mhajulla; Nas Entranhas da Floresta – conto Magia na Floresta – Editora Mhajulla; Horizontes Mágicos – conto A Fonte – Editora Mhajulla; Contos e Poemas Sobre o Futuro – conto O Encontro Interplanetário – Revista Conexão Literatura e, recentemente, publiquei o romance Sementes da Esperança – Travassos Editora.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Lucelia L. Santos: Sou Professora de Matemática e sempre atuei na área de Ciências Exatas, Contudo, durante a pandemia no ano de 2020, numa tarde, comecei a escrever sobre matemática e ética e descobri-me com um viés literário, pode ser que estivesse latente e no momento apropriado emergiu.
Publiquei dois livros “Matemática e Ética: um convite à reflexão” e o romance “Sementes da Esperança”, participei de várias antologias. Escrevi outras obras que pretendo publicar, contos, crônicas e um novo romance.
Conexão Literatura: Você é autora do livro “Sementes da Esperança”. Poderia comentar?
Lucelia L. Santos: Trata-se de uma história denominada Semente da Esperança, que se inicia na África em 1854, no século XIX, quando a jovem Ashanti e seus companheiros seguiam para uma aldeia vizinha, onde iriam participar de uma festa comemorativa da colheita, que era comum por aquelas terras. No meio do caminho são aprisionados e escravizados. Tendo como base inicial o triste relato de aprisionamento, procurei mostrar a jornada dessas pessoas e seus descendentes inclusive no destino final que foi o Brasil, até o século XX. Destaquei a jovem Ashanti, que com garra e coragem enfrentou com resiliência o escravismo e o preconceito. E, sua descendente Lísia que, também com garra, enfrentou a luta por um sonho impulsionada pela força de um grande amor. É uma ficção baseada em fatos reais.
Na história explorei a trajetória de personagens africanos e seus descendentes ao longo de gerações, passando por períodos de escravidão e lutas por liberdade no Brasil. Com base em fatos históricos, entrelacei elementos de ficção e realidade para contar a história de Ashanti e sua descendente Lísia, duas mulheres que enfrentam desafios marcados pela opressão, mas que demonstraram coragem, resiliência e fé em um futuro melhor. Na obra procurei resgatar não apenas as cicatrizes deixadas pela escravidão, mas também a importância da memória, das tradições e da luta contra as desigualdades.
O momento inicial da história, na África, marca o início de uma longa jornada de sofrimento e opressão, mas também de resistência e esperança. Procurei descrever a escravidão com detalhes que ressaltam a crueldade do sistema escravagista e o impacto devastador nas vidas de milhões de africanos e seus descendentes. Também destaquei o poder da superação. Ashanti, e mais tarde sua descendente Lísia, enfrentam não apenas a opressão física, mas também o racismo e o preconceito que persistem após o fim oficial da escravidão. Ambas as personagens se recusam a aceitar a injustiça como destino final e lutam, cada uma à sua maneira, pela liberdade e pela dignidade.
Ashanti carrega consigo as histórias de seu povo, transmitidas de geração em geração, e essa conexão com suas raízes africanas se mantém viva em sua descendência. As histórias contadas pela avó de Ashanti, por exemplo, são uma forma de preservar a cultura e a identidade, mesmo diante da brutalidade da escravidão. Essa preservação da memória é um ato de resistência e esperança. As gerações que se seguem a Ashanti, incluindo Lísia, mantêm vivas as “sementes da esperança” plantadas por seus antepassados, como uma forma de resistir à opressão e de sonhar com um futuro mais justo.
O amor, tanto familiar quanto romântico, é outro elemento presente ao longo da minha narrativa. As relações entre os personagens são construídas com base em solidariedade, companheirismo e afeto, mesmo em meio a tempos de extrema dificuldade. A relação entre Izaura e João, que simboliza a união e a luta pela liberdade, é um exemplo claro de como o amor pode florescer e se transformar e fomentar mudanças. Além disso, o amor-próprio e a autoestima também emerge como temas importantes.
Conexão Literatura: Como é o seu processo de criação? Quais são as suas inspirações?
Lucelia L. Santos: Não tenho processo específico. Algo do cotidiano pode inspirar uma história completa.
Durante uma caminhada pode surgir uma idéia de uma crônica, que logo passo para o papel. Escrevo de modo que o leitor sinta-se inserido no cenário da história, influência do meu escritor favorito Machado de Assis. Como disse uma famosa escritora “As histórias estão por aí, basta o escritor captá-las”.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores?
Lucelia L. Santos:
(…)
Quando chegou à sala, parou para respirar, pois estava ofegante. Olhou todo o ambiente, para escolher um lugar para sentar.
Junto à cadeira escolhida, estava sentada uma linda moça negra de porte altivo, olhos negros encantadores. Por um instante lembrou-se das aulas de matemática quando o mestre conceituava, entusiasmado, a proporção áurea que define uma relação estética, já que a beleza da jovem é muito agradável ao fitá-la;
Sentou-se ao seu lado, mais tarde soube seu nome, Lísia.
(…)
Conexão Literatura: Como analisa a questão da leitura no Brasil?
Lucelia L. Santos: Percebo que nas escolas, há um incentivo para desenvolver o gosto pela leitura, como a Ciranda de Livros, por exemplo.
Existe um longo caminho a percorrer para que se reconheça a importância da leitura.
Tenho esperanças!
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deve proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Lucelia L. Santos:
Canais de venda
Livros físicos: Travassos Editora; Amazon; Extra; Casas Bahia; e Mercado Livre.
Livros digitais (ebook): Amazon digital; Apple; Livraria cultura; Barnes & Noble; Google play; e Kobo.
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Lucelia L. Santos: Sim, tenho várias obras para serem publicadas.
Perguntas rápidas:
Um livro: Os Guinle.
Um ator ou atriz: Antônio Fagundes;
Um filme: A Cor Púrpura.
Um hobby: Cuidar de Plantas, e fazer novas mudinhas.
Um dia especial: Passeio na Avenida Champs Elysées, em Paris.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Lucelia L. Santos: Sim, agradeço a Revista Conexão Literatura por dar oportunidade aos autores e leitores que apreciam a boa leitura.
Um grande abraço a todos.
Paulista, escritor e ativista cultural, casado com a publicitária Elenir Alves e pai de dois meninos. Editor da Revista Conexão Literatura (https://www.revistaconexaoliteratura.com.br) e colunista da Revista Projeto AutoEstima (http://www.revistaprojetoautoestima.com.br). Chanceler na Academia Brasileira de Escritores (Abresc). Associado da CBL (Câmara Brasileira do Livro). Participou em mais de 100 livros, tendo contos publicados no Brasil, México, China, Portugal e França. Publicou ao lado de Pedro Bandeira no livro “Nouvelles du Brésil” (França), com xilogravuras de José Costa Leite. Organizador do livro “Possessão Alienígena” (Editora Devir) e “Time Out – Os Viajantes do Tempo” (Editora Estronho). Fã n° 1 de Edgar Allan Poe, adora pizza, séries televisivas e HQs. Autor dos romances “Jornal em São Camilo da Maré” e “O Clube de Leitura de Edgar Allan Poe”. Entre a organização de suas antologias, estão os títulos “O Legado de Edgar Allan Poe”, “Histórias Para Ler e Morrer de Medo”, “Contos e Poemas Assombrosos” e outras. Escreveu a introdução do livro “Bloody Mary – Lendas Inglesas” (Ed. Dark Books). Contato: ademirpascale@gmail.com