Fale-nos sobre você.
Formado em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, advogado especializado em direito penal e processo penal, tendo atuado em alguns júris de repercussão, como o caso do “beijo no Tribunal”, episódio em que a vítima de uma tentativa de homicídio pediu autorização ao juiz para beijar seu namorado, que estava sendo julgado por tentar matá-la. Já publicou outros dois livros (O último júri de Louis; As luzes do farol). O MANUAL DO CRIME PERFEITO é o seu terceiro livro.
ENTREVISTA:
Fale-nos sobre o livro “Manual do crime perfeito”.
Marina Bianchi é médica, casada com o empresário Edgar Bianchi. Após encontrar o livro MANUAL DO CRIME PERFEITO casualmente no aeroporto, resolve colocar em prática o plano que começara a criar em sua mente, a de matar seu marido. O livro serviu como uma espécie de mentor para o seu plano. Ao final, quando a linha de investigação recai suspeitas sobre Marina, ela contrata o advogado Dr. Fagundes e que também é o autor do livro. Durante as cenas, Marina acaba descobrindo alguns mistérios que pairam sobre o advogado e de que o livro não fora encontrado de forma tão casual assim.
O que motivou a escrevê-lo?
Sempre gostei da literatura criminal e investigativa. Assim, acompanhando alguns episódios de podcast que envolviam essa temática, sempre vinha à tona – por parte dos delegados e peritos – a expressão “crime perfeito”. Era uma afirmação de que os autores dos crimes achavam que tinham cometido o crime perfeito, mas que tinham cometido algum erro capital que os fizeram ser descobertos.
Foi, então, essa dúvida que me fez escrever. Será, realmente, que não existe o crime perfeito?
Fale-nos sobre seus outros livros.
Meu primeiro livro foi “O último júri de Louis”. É uma trama rápida, porém não menos envolvente, na qual Susan é levada a julgamento, acusada de matar seu marido. Às vésperas do julgamento, ela contrata o advogado Louis para defendê-la.
Louis é o melhor, e mais caro, advogado criminalista da cidade. Ele consegue um desempenho excepcional durante o júri, e acaba absolvendo sua cliente. Louis, então, compreende rapidamente o porquê de ele ter sido contratado para defender a esperta – e bela – Susan.
O segundo livro foi “As luzes do farol” (pela Opera editorial). Conta a história de um jovem advogado que vai morar temporariamente em uma cidade praiana. Lá, ele conhece a também advogada Camila. Eles acabam se apaixonando e vivem, naqueles poucos meses, um romance que transita entre o divertido e o trágico. Andréas (personagem) acaba retornando para sua cidade natal. Nunca mais voltou àquela cidade, tampouco tornou a ver Camila, talvez com receio de descobrir que o que viveram foi realmente uma história de amor.
Que dicas pode fornecer a quem deseja ser escritor?
Não comece. E daqui a alguns anos, prove que eu estava errado (brincadeira. Risos).
Escrever não requer uma fórmula pronta, na qual basta que substituímos os elementos de uma equação para se chegar a um determinado resultado. É justamente essa liberdade que faz o processo de escrever tão encantador.
O limite de cada enredo é justamente a barreira da imaginação daquele que tem a caneta (contemporaneamente, um teclado) em mãos. Tudo que existe é uma página em branco e uma infinidade de possibilidades.
O conselho, portanto, é ESCREVA. Apenas escreva.
Uma pergunta que não fizemos e que gostaria de responder.
Pergunta: quem somos nós no vazio da nossa existência?
Resposta: Shakespeare, em uma de suas peças, disse que “somos feitos da mesma matéria dos nossos sonhos”. Somos uma fagulha do nada, um sopro num vazio distante e escuro. À medida que lemos, vamos incorporando – ainda que num plano abstrato, ilusório – as virtudes dos nossos heróis, personagens e enredos. A literatura, seja escrever, seja ler, é justamente esse alento à nossa alma, que nos faz sermos um pouco melhor, mas ainda assim sempre incompletos. No vazio da nossa existência, somos nossas experiências, virtudes. Somos o extrato perfeito dos caminhos que tomamos, embora desconhecêssemos essa clarividência à época.
Link para o livro:
https://operaeditorial.com.br/produto/manual-do-crime-perfeito/
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023) e Horrores da escuridão (Opera editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023) e Horrores da escuridão (Opera editorial, 2023).