ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Kelly Cristina: Desde pequena eu senti que havia dentro de mim a vocação para o mundo fantástico da literatura. Ainda criança, escrevi uma poesia e coloquei um nome engraçado: “A cobrinha e o Jabuti”, e este pequeno texto foi exposto na minha escola e na Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, numa exposição de redação dos alunos nessa época.
Anos mais tarde, em 2018, publiquei o meu segundo poema na Antologia Sarau Brasil e recebi menção honrosa nacional pelo poema: “Coração em Chamas”.
Durante o período de isolamento da pandemia, enfrentado por todos nós, voltei a escrever e publiquei mais um poema no Arautos da Literatura Brasileira. Nessa mesma época, resolvi escrever e publicar uma biografia, com meus irmãos, em homenagem ao nosso pai, uma pessoa extraordinária, Gecelito Freitas: Uma vida de lutas e sucesso.
Como eu tenho uma predileção por ficção, suspense e fantasia, então resolvi escrever um romance de entretenimento, que foi muito bem recebido por todos que tiveram a oportunidade de ler: “A Monalisa do Sertão em Estado de Choque”, pela Autografia Editora, RJ. O lançamento desse livro, aconteceu na Bienal Mineira do Livro no ano de 2022, em Belo Horizonte. Em seguida, o mesmo foi lançado também na FLIPI (Festa Literária de Pirapora) – MG.
Além das diversas participações em antologias, nesse período eu tive a grata satisfação de participar da Jornada das Escritoras Brasileiras, que resultou no lançamento de uma coletânea de poesias e narrativas curtas: ‘Um teto todo nosso’, na Festa Literária Internacional de Paraty, quando publiquei junto com autoras incríveis de várias partes do país.
Para este ano, preparei a duologia; Malditos Bruxos: “a Monalisa do Sertão 2 em Campeonato de Magia”, que será lançado em breve pela editora Polifonia.
Conexão Literatura: Você é autora do livro “A Monalisa do Sertão”. Poderia comentar?
Kelly Cristina: A Monalisa é uma personagem que foi silenciada, sofreu violência e exclusão social e cresceu carregando consigo as marcas de um trauma de infância.
“A Monalisa do Sertão” em Estado de Choque” é uma obra de função catártica não linear. A catarse nos ajuda a entender a realidade e melhora nossa cognição. Neste livro de estreia, eu trabalhei com tempo de terror psicológico sofrido pela protagonista: uma criança de 10 anos ainda em fase de desenvolvimento que sofre um estupro coletivo. Como se não bastasse essa tragédia, logo em seguida foi acusada de ser uma bruxa, e sofre várias perseguições, inclusive de bandos. É a Monalisa versus a sociedade. Um livro ambientado no sertão mineiro durante o período de ruptura democrática nos anos 80.
Com o intuito de castigar quem fazia bullying e espalhava a tragédia pela cidade, foi criada uma lenda de um espírito que aparecia para assustar todas as pessoas que tocassem no assunto do caso da criança. Como a vida é uma caixinha de surpresas, o espírito da menininha ganha vida e resolve participar desse terror psicológico em busca de justiça.
Conexão Literatura: Como é o seu processo de criação? Quais são as suas inspirações?
Kelly Cristina: Eu sou apaixonada por palavras. Não luto com elas, como citou uma escritora que admiro, Lygia Telles. Escrever me deixa muito empolgada. E posso afirmar que me sinto realizada e feliz durante o processo criativo de uma obra, pois escrevo sobre algo que gosto: ficção, suspense e fantasia. É um processo prazeroso criar os personagens com suas histórias. Eu me divirto muito na criação das minhas obras. Então vejo possibilidade em tudo, como: belas-artes; artes visuais, música, dança, cinema e teatro.
Tudo me inspira.
Me alimento visualmente de arte. E as ideias, o estalo, o insight acontece a partir de uma conversa, notícia, algo que vi na televisão, ou rede social. Tudo isso contribui para o meu momento de criação, que geralmente acontece num local calmo e agradável, próximo à natureza.
Aproveito para agradecer o incentivo dos leitores que apreciam um bom suspense.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores?
Kelly Cristina:
A menina estava ali, em algum lugar, brincando feliz, pulando amarelinha, tinha sonhos…
De repente, a sua alegria escapou feito balão voando no céu…
Roubaram a sua inocência, a sua essência, identidade e vontade de viver…
Por exatos 30 anos, ela era só um corpo presente na terra.
Corpo sem alma.
A pequena Landa, sentia-se como Dorothy do Mágico de Oz, quando bateu um tornado e este levou embora toda a sua casa. A diferença entre as duas, é que a Monalisa era tempestade.
Até mesmo uma singela flor pertencente à família das rosáceas, a Geum reptans serviria como gatilho para aquelas lembranças.
– Foi por um triz!, disseram à criança sobrevivente do parque.
Landa sentia suas pétalas caírem dentro de uma redoma de vidro, como se o seu próprio corpo não lhe pertencesse, sentia-se acorrentada a um trauma de infância, vivendo uma vida inteira estigmatizada por ser diferente, sendo julgada como fera pela sociedade.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deve proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Kelly Cristina: A Monalisa do Sertão está disponível pela Amazon, no site da editora Autografia-RJ, livraria Cultura, Submarino, e em formato ebook em vários sites.
Link da Amazon: https://www.amazon.com.br/Monalisa-Sert%C3%A3o-Em-Estado-Choque-ebook/dp/B0B18WW2VP
Kelly Cristina (@kell.escritora)
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Conexão Literatura: Quais dicas daria para os autores em início de carreira?
Kelly Cristina: O mais importante é gostar do que faz e não desistir dos seus sonhos.
Leia muito, converse com escritores, pesquise e participe de festas e feiras literárias. Todo começo é difícil, ainda me considero no início da carreira…há um longo caminho a trilhar.
Acredite na sua produção e talento. E encontre um tempo para se dedicar àquilo que você ama. Lembre-se: nem todas as portas vão estar abertas. Prossiga assim mesmo, seja persistente e resiliente.
Seja criterioso, responsável e exigente com o seu trabalho. Cuidado com o juízo de valor. O respeito à diversidade é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. E incentive a leitura.
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Kelly Cristina: Para 2024 escrevi um livro que será lançado em breve, pela editora Polifonia e selo: “Escritoras Brasileiras”. Uma obra de suspense e fantasia que conta a história de um grupo de jovens em um cenário de festas e assassinato.
“Quando uma adolescente é encontrada morta dentro de um lagar no sítio abandonado numa cidade do interior, Sinistro, o filho do mestre dos bruxos, vê à frente dois grandes desafios: livrar o seu pai das acusações dos moradores e vencer o Campeonato de Magia para se tornar o maior bruxo de todos os tempos”.
Entre feiticeiros, seres mágicos, gnomos, duendes e os fantásticos moradores da cidade de Despertar…Bruxos versus Rebeldes
Quem será o próximo Mestre da Liga da Magia?
Leia: Malditos Bruxos: a “Monalisa do Sertão II em Campeonato de Magia”.
Perguntas rápidas:
Um livro: E não sobrou nenhum
Um ator ou atriz: Selton Mello.
Um filme: O auto da compadecida.
Um hobby: Kung Fu.
Um dia especial: Sempre que um novo livro é publicado.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Menos julgamentos e mais seres humanos melhores.
Leiam mais, leiam mulheres e leiam os meus livros. .
Kelly Cristina.
Paulista, escritor e ativista cultural, casado com a publicitária Elenir Alves e pai de dois meninos. Editor da Revista Conexão Literatura (https://www.revistaconexaoliteratura.com.br) e colunista da Revista Projeto AutoEstima (http://www.revistaprojetoautoestima.com.br). Fã de Edgar Allan Poe. Chanceler na Academia Brasileira de Escritores (Abresc). Associado da CBL (Câmara Brasileira do Livro). Participou em mais de 100 livros, tendo contos publicados no Brasil, México, China, Portugal e França. Publicou ao lado de Pedro Bandeira no livro “Nouvelles du Brésil” (França), com xilogravuras de José Costa Leite. Organizador do livro “Possessão Alienígena” (Editora Devir) e “Time Out – Os Viajantes do Tempo” (Editora Estronho). Fã n° 1 de Edgar Allan Poe, adora pizza, séries televisivas e HQs. Autor dos romances “Jornal em São Camilo da Maré” e “O Clube de Leitura de Edgar Allan Poe”. Entre a organização de suas antologias, estão os títulos “O Legado De Edgar Allan Poe”, “Histórias Para Ler e Morrer de Medo” e outros. Escreveu a introdução do livro “Bloody Mary – Lendas Inglesas” (Ed. Dark Books). Contato: ademirpascale@gmail.com
Show!!! Quanta imaginação, fantástico! Muito bom mesmo. Já ansioso pra ver o segundo, porque pelo roteiro, o que vem por aí, será melhor ainda. Sucesso garota! Você é muito capaz!!!