A Vista Particular

A fronteira entre a arte e realidade sempre estiveram presentes em muitas obras literárias e Ricardo Lísias trouxe o cenário do Rio de Janeiro para esse contexto. Paulista de nascimento cujos problemas de violência são semelhantes aos do Rio de Janeiro, com uma diferença, lá os problemas são descarados e faz parte da vida diária das pessoas.
É claro que a violência está presente em todos os estados do país, no entanto, a violência no Rio de Janeiro tem alguns componentes que fazem do Rio o destaque dos noticiários. Talvez a violência foi colocada como foco da mídia por conta dos filmes Tropas de Elite 1 e Tropas de Elite 2 do diretor José Padilha. Também há a contradição da beleza natural do Rio e a violência instalada e presente no cotidiano das pessoas.
A obra “A Vista Particular” (Alfaguara, 2016, 128 páginas) do autor Ricardo Lísias traz o personagem  José de Arariboia um artista que realiza exposições de seus Quadros sobre o Rio de Janeiro, porém, tudo muda quando Arariboia sobre o morro Pavão-pavãozinho e de lá retorna nu fazendo coreografias estranhas.
É filmado por um traficante e Arariboia se torna um fenômeno na Internet. Milhões de visualizações e um relativo sucesso. Arariboia percebendo o sucesso faz um acordo com o Traficante do morro, Biribó, que pretende ajudá-lo em mais uma ideia maluca.
Ricardo Lísias explica a fronteira entre arte e realidade tanto que menciona a morte do Amarildo, torturado e morto pela polícia. Fala também de outras mortes ocorridas. É o cotidiano do Brasil sendo retratado pelo espetáculo e miséria.
A violência misturada com a Beleza do Rio de Janeiro faz parte do cotidiano do carioca, um povo acolhedor e orgulhoso pelas Belezas naturais do Rio. É uma triste realidade que os administradores públicos não conseguem eliminar. A Literatura está aí para divulgar esses problemas e quem sabe algum gestor promova alguma mudança.

Capa

Título: A Vista Particular
Autor: Ricardo Lísias
ISBN9788556520272
Páginas: 128
Editora: Alfaguara
Ano: 2016
Via JConline
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