“Minha irmã, Mrs. Carew, leva uma existência extremamente infeliz. Vive a queixar-se da solidão, insatisfeita, desconte de tudo. Só uma pessoa poderá fazê-la encontrar a alegria, levando um raio de sol à penumbra da sua existência. Essa pessoa é Pollyanna.” (trecho do livro)

Olá leitores! Já fiz post aqui na Revista sobre um livro que adoro
bastante: Pollyanna. (clique aqui)  E claro que foi impossível não ler sua
continuação: Pollyanna Moça, também escrita por Eleanor H. Porter e
catalogada como literatura infanto juvenil.

Sobre a obra:
Pollyanna agora é uma encantadora adolescente, amada por todos os que
conviveram com ela e aprenderam o Jogo do Contente. Sua fama de pessoa
especial ultrapassa os limites de Beldingsville. Quando recebe um convite para
passar uma temporada em Boston, novas experiências vêm enriquecer sua vida. Ela
passa a conviver com pessoas interessantes, faz amizades, ensina e aprende
muito, e ajuda pessoas necessitadas que vai encontrando em seu caminho. É nesse
livro, também, que Pollyanna descobre o amor e experimenta a inquietação, as
dúvidas e as emoções pelas quais passam as pessoas apaixonadas. 

Ponto de vista:
Confesso-lhes que em vários momentos desta obra, foi difícil colocar em
prática o Jogo do Contente que aprendi com Pollyanna em seu livro anterior. Na
primeira parte, o livro nos apresenta a personagem ainda menina, com toda sua
graça, doçura, bondade e otimismo. Apenas em sua segunda etapa é que temos
Pollyana moça. É certo que ela preservou todas suas características que tanto
me encantaram, mas infelizmente, terminei a leitura insatisfeita e considerando
o final um tanto bobo, não digno de minha querida Pollyanna.

Talvez isso ocorreu devido minha alta expectativa sobre a obra, e aos
inúmeros problemas que esta 14.ª edição que foi publicada pela Companhia
Editora Nacional em 1978, apresenta. Temos, por exemplo palavras
desnecessariamente não traduzidas, o que pode atrapalhar os leitores que não
sabem inglês. Existem ainda, vários termos que também não possuem notas de
rodapé com a explicação de seu significado. Sem mencionar também, o absurdo que
foi encontrar uma passagem onde uma palavra foi drasticamente suprimida do
texto, deixando apenas seu espaço vazio e dificultando a compreensão do trecho.

Trechos do livro:

” Quanto a Jimmy, o garoto de doze anos que John Pendleton recolhera a
pedido de Pollyanna e que de motu proprio resolvera adotar, não
pôde conter o seu ressentimento.”

” Nunca mais a vi durante dois anos, mas ultimamente tive notícias dela –
estava num rescue home .”
” Encontrei-a abrir e varrer a casa, para que não parecesse um túmulo para
as esperadas. Tudo está bem conservado por lá – as pelouses tratadinhas,
mas a vista do solar vazio deu-me uma pontada no coração.”
” Vamos, criançada. é hora de ir para a cama, disse fingindo severidade
de chaperon.”
 

Desta forma, encontrei tantos inconvenientes, que até fui averiguar quem
traduzira a obra e para minha surpresa vi que mantiveram o grande autor
nacional Monteiro Lobato, o qual também fez a tradução do livro Pollyanna.
Desta forma, acredito que faltou por parte da editora (Companhia Editora
Nacional que foi comprada pelo IBEP – Instituto Brasileiro de Edições
Pedagógicas, em 1980), uma revisão mais apurada e carinhosa antes de publicar a
obra. 

Apesar destes infortúnios, é uma obra que vale a leitura, pois, nos
mostra o quanto é importante mantermos nosso caráter, obstinação e força de
vontade perante as dificuldades da vida e do mundo e não nos deixando contagiar
pela frieza e egoísmo das pessoas a nossa volta. 

“ Creio que é o olhar – aquele seu modo de olhar para todas as pessoas.
Logo que entra num bonde, aquilo está  como sempre – cheio de homens
azedos e mal encarados, mulheres de cara aborrecida, crianças chorando – e em
cinco minutos tudo muda. Os homens criam  outra cara, as mulheres é só
riso e as crianças esquecem de choramingar.”  (trecho do livro)

Novamente encontrei várias lições de vida que cabem totalmente em nossa
contemporaneidade e a que considerei mais importante, refere-se a felicidade
(ou contente como diz nossa encantadora Pollyanna) e a crença de que tal
sentimento está dentro de nós o tempo todo, assim, cabe a nós encontrá-lo e
vivê-lo da melhor forma possível. 





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