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Stephanie Borges – Vencedora na categoria poesia (Foto divulgação) |
Foram divulgados nesta quarta-feira (12) os ganhadores do IV Prêmio Cepe Nacional de Literatura e do I Prêmio Cepe Nacional de Literatura Infantil e Juvenil. Cada um dos certames teve dois ganhadores, assegurando premiações no valor de R$ 20 mil para as categorias Romance e Poesia e de R$ 10 mil para as categorias Infantil e Juvenil. O português naturalizado brasileiro Pedro Veludo foi o vencedor na categoria Romance com o livro O filho das viúvas, enquanto a carioca Stephanie Caroline da Silveira Borges arrebatou o primeiro lugar em Poesia com o seu livro de estreia Talvez precisemos de um nome para isso. O pernambucano Helder Herik Cavalcanti Soares, de Garanhuns, foi destaque no Infantil com a obra Criançaria e o paraibano Gael Rodrigues levou o Juvenil com o título A menina que engoliu o céu estrelado.
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Hélder Herik – Vencedor na categoria Infantil (Foto divulgação) |
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Pedro Veludo – vencedor na categoria Romance – (Foto divulgação) |
Vencedora na categoria Poesia, a jornalista e tradutora carioca Stephanie Borges faz, em seu livro Talvez precisemos de um nome para isso, uma busca por figuras, pessoas e situações que traduzam o que ainda não tem nome e mergulha no tema do emponderamento feminino negro. “Muitas coisas vividas pelas mulheres negras não têm nome, não são traduzidas em uma palavra e dificultam o debate do assunto”, explica. O poema perpassa por narrativas sagradas, lembranças bucólicas, trechos de músicas e críticas ao que chama de “eufemismo do mercado”. O fio condutor, entretanto, é a (auto)análise do que pensa a menina e a mulher negra, como se expressa, como vê e como é vista. O poema será a sua primeira obra publicada.
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Gilmar Rodrigues – (Foto divulgação) |
Com 32 anos de idade, Gael Rodrigues foi vencedor do Prêmio Literário da Fundação Cultural do Pará 2017 com o romance Terra Laranja e finalista do Prêmio Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil.
Já na categoria infantil, o pernambucano Helder Herik Cavalcanti Soares ganhou com o título Criançaria. O autor explora a liberdade criativa do universo infantil, em que tudo é possível, inclusive um sapo latir ou uma aranha palitar os dentes com suas patas de graveto. Ao escrever, o professor de Literatura do Ensino Médio não teve a preocupação de limitar a idade para a qual sua narrativa se dirigia. Helder partiu do princípio que as crianças têm capacidade de compreensão muito além do óbvio, para acompanhar as viagens de Dário e seus bichos, como as letras que saem dos livros, tal qual um formigueiro.
Nascido em 1979, Helder usou como pseudônimo uma personagem de Gabriel Garcia Marques, de Cem anos de solidão, Rebeca Buendia. Não à toa escolheu uma referência do realismo fantástico de Gabo. Helder já publicou pela Cepe o título Rinoceronte Dromedário, vencedor regional (Agreste) do II Prêmio Pernambuco de Literatura, em 2015.
A Cepe recebeu 1.116 inscrições efetivas de todo o país, além de brasileiros residentes no exterior e estrangeiros naturalizados brasileiros. Desse total, 623 foram destinadas ao IV Prêmio Cepe Nacional de Literatura; e 493 ao I Prêmio Cepe Nacional de Literatura Infantojuvenil.
A comissão julgadora da edição do Nacional de Literatura Infantil e Juvenil foi formada pelo escritor e ilustrador Walther Moreira Santos; pelo professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação, Culturas e Identidades da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Hugo Monteiro; e pela escritora e jornalista Januária Cristina Alves. Já o IV Prêmio Cepe Nacional de Literatura contou com uma comissão de pré-seleção (local) formada pelo jornalista Felipe Torres, pelo poeta e ensaísta Delmo Montenegro e pela poeta Priscilla Campos. A comissão final de premiação foi composta pela escritora e historiadora Micheliny Verunschk, pela poeta e jornalista Angélica Freitas e pelo poeta e editor Joca Reiners Terron.
Para o presidente da Companhia Editora de Pernambuco, jornalista Ricardo Leitão, com os prêmios nacionais a Cepe se consolida no mercado editoral brasileiro como importante indutora da cultura, assegurando espaço para escritores já em atividade e revelando novos talentos.
Parabéns aos vencedores