No século XVIII a França vivia
uma grande transformação. O poder, que até então estivera nas mãos da nobreza
feudal, começou a ser abocanhado pelo rei no processo que ficaria conhecido
como absolutismo francês. O maior exemplo disso foi Luís XIV, o rei-sol, que
dizia: “O estado sou eu”. E a maior representação desse poder foi o palácio de
Versailles.

Versailles foi construída no
antigo pavilhão de caça do pai de Luis XIV e tinha dois objetivos: um deles era
sair de Paris, diminuindo as possibilidades de uma revolta por parte dos nobres
feudais. O segundo objetivo era abrigar os nobres que se conformavam com a nova
situação. Destituídos de seu poder e de suas terras, estes recebiam, em troca,
um emprego na corte (podia ser abotoar o sapato do rei, por exemplo), onde
viviam em meio ao luxo no maior e mais espetacular palácio da Europa.

A vida na corte era um eterno
teatro cujo principal ator era o rei-sol. Nobres se acotovelavam para ver o rei
acordar ou se recolher, como se vissem o espetáculo do nascer e do por-do-sol.
Ou se amontoavam para vê-lo almoçar – os de mais prestígio eram chamados até
mesmo para comer junto com o soberano. E Luis parecia ser também o centro
sexual do palácio, com suas várias amantes e várias mulheres que pretendiam cair
em sua graça.

Versailles era um local de festas
eternas, mas também era um local de intrigas palacianas. Os nobres jamais se
conformaram em perder o poder e houve vários complôs contra o rei.

A série Versalhes, lançada no
Brasil pela Netflix, se propõe a abordar a construção do castelo, o luxo e as
intrigas que envolviam a corte francesa. E não decepciona. O figuro é realmente
explêndido, assim como cenário. Há incongruências, claro. Em algumas cenas, o
palácio, filmado atualmente, aparece inteiro, com partes que não existiam na
época em que a história decorre. Mas elas passam facilmente despercebidas
diante do bom roteiro, da direção inspirada e principalmente das grandes
atuações – a começar pelo protagonista, George Blagden (de Vikings).

Versailles é perfeito para quem
gosta de histórias de intrigas palacianas. É um Guerra dos Tronos sem dragões.

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