Na década de 1990 até o Super-homem, o mais
antigo super-herói, precisava ser descolado. E o que significava ser descolado?
Simples: roupas estranhas, anatomia duvidosa, cabelos compridos e roteiros sem
muito sentido.

Ótimo exemplo desse Homem de aço descolado é a
minissérie “Super-homem vs Apocalipse – a revanche” publicada pela editora
Abril no ano de 1995.

A história, escrita e desenhada por Dan
Jurgens, contava como o herói conseguiu finalmente derrotar o vilão responsável
pela sua morte. Sim, amigos, ele tinha morrido, assim como o vilão, mas naquela
época ninguém permanecia morto por muito tempo nos quadrinhos.

Com os dois – herói e vilão – de volta à vida,
Superman passa a caçar seu oponente. Nisso, Apocalypse chega a Apokolips, o
mundo governado por Darkside e quase mata o principal vilão da DC.

Á certa altura um personagem estrategimente
escolhido para servir de muleta narrativa mostra para o Superman a origem de
Apocalypse: ele foi criado artificialmente para ser invencível. Quer criar
alguém invencível? A receita é simples: crie um bebê e jogue-o no meio de
monstros. Depois recolha o que sobrar e crie outro bebê que será jogado no meio
de monstros, e assim infinitamente, até que o bebê “evolua” para matar os
monstros. Darwin deve estar tendo um ataque cardíaco lá no céu dos cientistas.
Se essa origem já não fosse maluca o bastante, Dan Jurgens ainda dá um jeito de
ligá-la ao superman: o planeta repleto de monstros no qual a criança apocalipse
foi criada era nada mais nada menos que…. advinhem… Kripton!!!! Parabéns,
Dan Jurgens, exceto pelo fato de que isso simplesmente vai contra toda as
outras representações de Kripton já publicadas.

E o meio do caminho, para vencer o monstro, o
homem de aço é equipado com uma roupa que parece ter saído diretamente de algum
designer da Image Comics, com direito a ponchetes na perna e capa armada para
cima, além de um cinto cruzando o peito. Detalhe: nada disso serve para
absolutamente nada durante a história.

Além disso, o desenho de Jurgens imita John
Byrne sem nunca acançá-lo e sofre do mal dos músculos que não existem (minha
filha, que está estudando anatomia na faculdade, ficou indignada ao ver a
revista).

No final, essa minissérie acabou se tornando
célebre por uma razão que tinha pouco a ver com seu conteúdo: foi uma das
tentativas da Abril de lançar capas diferenciadas. A capa do número 1 era
platinada e chamava atenção nas bancas. Tanto que dos três volumes dessa série,
apenas o primeiro, com essa capa diferenciada, é raro de encontrar em sebos a
preços. Os outros dois você acha fácil com preços que vão de 2 a 3 reais.    

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