Fale-nos
sobre você.
Olá! Eu sou a Lidiane Santana,
escritora e revisora textual. Escrevo poesia e prosa. Meus primeiros poemas
foram publicados na antologia Os Novos
Velhos Rumos da Poesia, em 2008. Em 2011, publiquei meu primeiro livro de
poemas, Mácula, de forma independente.
Desde então, participei de concursos literários, tendo recebido menções
honrosas e premiações, entre as quais, destaco o Prêmio Guaracuí (Registro –
SP), que me rendeu o 1º lugar com o conto O
necrológio dos vivos, em 2019.
ENTREVISTA:
Fale-nos
sobre o livro. O que motivou a escrevê-lo?
Lançado agora em 2022, ano do centenário
da Semana de Arte Moderna, Quintal de
Terra Vermelha é meu segundo livro de poemas, publicado pela editora
Penalux. Uma obra bastante intimista, mas, ao mesmo tempo, voltada para o
coletivo, pois alguns poemas trazem uma sutil reflexão social. Como o título
sugere, traça um paralelo entre a infância e o presente. Na forma, há poemas em
verso livre e também haicais, assim como o resgate da trova popular, que foi o
meu primeiro contato com a poesia.
Esse resgate também ocorre
nessa espécie de balanço reflexivo sobre a vida que, num dado momento, a gente
sempre faz… foi assim que o livro surgiu, bem lentamente. O título veio por
último, quando mais da metade dos poemas já tinham sido escritos. Às vezes,
nomear um livro é difícil, quando se tenta sintetizar a ideia, o clima, a
lírica da obra. Além disso, quis também homenagear. É um livro que dedico à
minha mãe, às minhas avós. Certa vez, ouvi a historiadora Eneida Queiroz dizer:
“o humilde não tem posteridade”. Quando se trata de mulheres, esse abismo é
ainda maior. Cabe a nós tentar mudar isso, transmitirmos também a nossa
história e visão sobre as coisas. Então, esse livro é isso: poesia, memória,
impressões sobre o mundo, homenagem àqueles que as plantaram em mim nessa
caminhada… E dá-lhe reticências, que a literatura é uma eterna busca de algo
difícil de definir.
Como
analisa a questão da leitura no país?
pesquisa sobre a leitura no Brasil, observo que os números não são muito expressivos
em relação a outros países. Mas penso que isso não faz jus à afirmação pronta
“o brasileiro não lê”, aqui há muita gente que lê, sim! E existem
muitos leitores em potencial cuja qualidade de vida precária, excesso de
trabalho, falta de tempo, de acesso e oportunidades são obstáculos para
leitura. Também há aqueles que não se descobriram em seu gosto pessoal o
suficiente para saberem qual leitura é mais adequada. Outra questão é o
propósito e o conteúdo, que nem sempre edificam, fazendo com que muitos não cultivem
o hábito. E não podemos nos esquecer do contexto conturbado desta pandemia, que
fez com que muitas pessoas tivessem bloqueios de leitura. Eu mesma passei por
isso. Ler é uma atividade que exige concentração e o mínimo de paz.
O
que tem lido ultimamente?
Nunca fui uma leitora lá muito
organizada. Descobri na adolescência o gosto pela leitura. Tive fases de ler
muitos e muitos livros num curto espaço de tempo. Hoje, continuo lendo, mas
aprecio um intervalo para assimilar a obra, estudá-la. Tenho intercalado a
leitura de clássicos com a de obras de escritores independentes, desconhecidos
do grande público. No momento, estou relendo a obra completa de Carlos Drummond
de Andrade, um dos meus poetas favoritos, tanto que faço referências a ele no
meu livro.
Escrever
é expressar os próprios sentimentos?
Algumas pessoas me perguntam
isso e minha resposta é que sim, mas nem sempre. Primeiro, porque a literatura
não é um mero divã onde tão somente derramamos nossas emoções, por trás do
fazer literário há bastante racionalidade. Palavras, títulos e versos carregam
uma intencionalidade. Lemos, relemos, retrabalhamos a escrita a fim de
proporcionar ao leitor algo digno de ser lido. Evito purismos ou excessos para
que haja naturalidade, é claro. Mas além do sentimento, há labor. Em segundo
lugar, um poeta assume a persona do eu-lírico, que não só exprime o que se
passa dentro de si, mas transmite também a voz do coletivo.
Obrigada pelo convite, é
sempre bom falar sobre literatura. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o
meu trabalho, acesse o site: www.lidianesantana.com e
minha página no Facebook: Roseira Brava: https://www.facebook.com/roseirabrava.ls
Link
para o livro:
https://www.editorapenalux.com.br/loja/quintal-de-terra-vermelha
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos
livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita:
atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca
(Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021) e O
quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). Organizadora dos livros Uma noite no
castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora
Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020), Um fantasma ronda o
campus (Editora Verlidelas, 2020), O medo que nos envolve (Editora Verlidelas,
2021) e Queimem as bruxas: contos sobre intolerância (Editora Verlidelas,
2021). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde
1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de
gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil.
Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru.
Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se
intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora
Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro juvenil se denomina O quarto
número 2 (Editora Uirapuru, 2021).