Cárcere privado

Rafael Caputo

Partires sem ao menos um prévio avisar.
Depois de ti, nem sequer a morte
Que há de contar com a sorte,
Puderes ter pretensão de alentar.
Eis agora o reflexo de um estranho ser
Que outrora desprezava a idade.
Consigo traz a bússola da saudade,
Única norteadora do viver.
Sabe-se lá quantos sonhos tive,
Quanto tempo tenho ou quanto de mim vive.
Num cárcere de nostalgia estou a me aprisionar!
Ó chaga incurável d´alma,
Refúgio de infortúnio e trauma,
Apresse-se em me libertar!
💔

Poesia selecionada no Concurso Literário da Livraria Asabeça & Bignardi Papéis 2019. Publicada na antologia poética “Cabeça que voa” em comemoração aos vinte anos da livraria.

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