Adriana Vieira Lomar – Foto divulgação

Fale-nos sobre você.  

Adriana Vieira Lomar (1968) é carioca, tendo passado parte da infância e adolescência em Maceió.  Integrante dos grupos literários “Os quinze” e “Caneta, Lente & Pincel”. Pós-graduada em Arte, Pensamento e Literatura Contemporânea e Roteiro para TV, Cinema e Novas Mídias pela PUC-RIO, autora de “Carpintaria de sonhos” (2005) (poemas), do romance “Aldeia dos mortos” (2020), editora Patuá e do livro de contos “Ambiguidades” (2021), editora Penalux.  Tem diversas publicações em revistas e jornais literários como “Subversa”, “Gueto”, “Jornal Relevo”, “Rascunho” e “Revista Literatura e Fechadura”.  

O romance “Aldeia dos mortos” foi apontado como um dos vinte melhores romances de 2020 pela Revista Literatura e Fechadura e apontado como “os melhores livros e resenhas de 2020” nos blogs: “maeliteratura” e “mundo de K.”. “Ambiguidades” foi indicado por Martha Medeiros (Instagram @realmarthamedeiros) e Ninfa Parreiras em seu programa no YouTube “O Carteiro entregou aqui em Casa 64”.  

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro. O que motivou a escrevê-lo?

Aldeia dos mortos era um projeto de livro e que ao longo do tempo foi madurando como fruta no pé. Por vezes, cheguei a provar a fruta e descartá-la. Precisava do gosto exato para ter coragem de publicar.

Tinha como sinopse as nuances de uma família matriarcal que atravessasse períodos que eu tinha ouvido falar, mas que eu não tinha vivido. O objeto de pesquisa estava bem perto de mim, minha própria família. Revisitei todos os dissabores e gostos desta família e me senti livre para mergulhar nos caminhos da ficção.   

Como analisa a questão da leitura no país?

Não gostaria de dizer o que todos já sabem, mas infelizmente poucos têm acesso à leitura e os poucos que poderiam ler não o fazem, talvez pela falta do hábito. 

Tenho esperança quando vejo iniciativas, como as das bibliotecas físicas e online que fomentam o mercado e difundem a literatura. Seria muito bom se o país fosse diferente, que ninguém passasse fome ou não lidasse com o desemprego e pudesse desenvolver o senso crítico.

Para melhorar o quesito leitura teríamos de ter um estado forte engajado e incentivador da cultura.

O que tem lido atualmente?

Sempre tive vontade de ler toda a coleção prêmio Nobel herdada dos meus pais. Além de linda e bem diagramada, há pérolas que eu até então não conhecia. Por exemplo, conheci alguns escritores, pouco traduzidos. Li recentemente Grazia Delleda, o maravilhoso “Caniços ao vento” e “Elias Portolu”, traduzido por William Soares dos Santos, publicado pela editora Moinhos e finalista do prêmio Jabuti do ano passado.

Além de Grazia Delleda, descobri a norte-americana Pearl S. Buck, também laureada com o prêmio Nobel com o livro “A exilada”. 

Este semestre li e reli vários livros de poetas e prosadores contemporâneos: “A pediatra” de Andrea Del Fuego, “Torto arado” de Itamar Vieira Junior, “O avesso da pele” de Jefferson Tenório, “Os supridores” de José Falero e “O sêmen do elefante branco” de Cínthia Kriemler. Os poetas André Luís Câmara, autor de Rua sem saída, Andri Carvão, autor de Dança do fogo Dança da chuva e William Soares dos Santos, autor de “Raro-poemas de Eros”.

E não param de chegar pelo correio vários títulos dos clubes de leitura da charmosa editora Patuá e do Humberto Conzo Júnior, ambos engajados na luta em difundir a leitura.

Uma pergunta que não fizemos e que gostaria de responder.

Meus projetos. Viver o instante, o presente. Nosso tempo é feito de instantes, fragmentário e necessário tempo. A informação é dada e jorrada. A função do escritor é observar e traduzir o seu tempo, e talvez ele passe por si para retratar o que o rodeia.  Talvez ele não elucide, ele faça com que o leitor não só interprete o que lê, como consiga desenvolver o senso crítico.

Por isso não podemos ter preconceitos com literatura, rotulá-la e colocá-la em uma forma. Afinal ela acompanha a voz das ruas, a voz do tempo. E isso é ótimo, porque quanto mais próximo o escritor estiver dessa mesma rua, mais respeito ele terá por seus personagens.

Link para o livro:

https://www.editorapatua.com.br/aldeia-dos-mortos-de-adriana-vieira-lomar/p 

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021) e O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020), Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020), O medo que nos envolve (Editora Verlidelas, 2021) e Queimem as bruxas: contos sobre intolerância (Editora Verlidelas, 2021). Colunista da revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro juvenil se denomina O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). 

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