Roberto Marcio é mineiro de Nova Lima, residente em Belo Horizonte. Além de escritor, é professor de inglês e tradutor. Graduado em Letras, mestre em Educação Tecnológica, e membro da Academia Nova-Limense de Letras. Em 2020, publicou “Andante das Gerais” (relatos de viagem), seguido por “Janelas visitadas” (contos e crônicas) em 2021, e uma tradução de “A revolução dos bichos”, no mesmo ano. Está lançando em 2022 o romance “Deixe a música contar”, pela Editora 7 Autores – um elo entre a literatura e a música.

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

Roberto Marcio: Sempre fui um profissional da área de Letras, desde 1984: professor de inglês, tradutor, revisor. Mas nunca imaginava que um dia seria escritor até que, com a pandemia em 2020, surgiu de forma inusitada a oportunidade. Ficando sem fazer nada durante a quarentena, um dia resolvi começar a colocar no papel casos ocorridos nas minhas viagens, e cada vez fui lembrando de mais histórias, que acabaram virando meu primeiro livro, “Andante das Gerais” – relatos e crônicas de viagens no Brasil e pelo mundo. Na época. Procurei uma editora como escritor independente. Gostei da experiência inusitada de publicar um livro, e continuei a escrever. A partir de ideias diversas, surgiu no ano seguinte “Janelas visitadas”, uma coletânea de contos e crônicas, publicada pela editora Sete Autores. Em 2021 também surgiu a oportunidade de traduzir do inglês um grande clássico, “A revolução dos bichos”, de George Orwell, numa nova edição da editora Dialética. No mesmo ano, fui convidado para fazer parte da Academia de Letras da cidade onde nasci, Nova Lima (na região metropolitana de Belo horizonte), ocupando a cadeira de número 32. 

Conexão Literatura: Você é autor do livro “Deixe a música contar”. Poderia comentar? 

Roberto Marcio: Como professor de inglês, queria criar uma história na qual pudesse inserir, de alguma forma, a língua inglesa no texto do romance. A música sempre marcou épocas da minha vida. Sempre associo determinadas músicas a contextos específicos, tanto momentos pessoais quanto eventos relevantes em geral. Daí surgiu a ideia de criar uma história com minha trilha sonora pessoal – canções ícones da época da minha juventude na década de 1980. A obra é ficcional, e tem elementos do gênero diário em grande parte do texto, além de trechos de letras de músicas brasileiras e estrangeiras inseridas na trama.

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro? 

Roberto Marcio: Levei cerca de 1 ano para escrever o romance. Na verdade, ele seria um conto a princípio, porém as coisas tomaram outros rumos. A trama da história foi crescendo, criei novas situações e personagens a partir de ideias que apareciam, e virou um romance. A partir de experiências da minha juventude e lembranças marcantes dos anos 80, idealizei essa narrativa ficcional na qual as canções da época permeiam os acontecimentos – tudo registrado no diário que o protagonista lê. Assim, a história, a política, os ícones, as personalidades, as novelas, os filmes, o futebol, as tragédias – tudo aparece ao longo do texto, como uma (re)visita à época. Precisei de muita pesquisa, em áreas as mais diversas, a fim de checar fatos, datas, acontecimentos, saber mais sobre hábitos, moda, filmes, tecnologias daquela época. Com certeza, muito do que está no livro eu vivi, como jovem na década, e guardava na minha memória. As canções que estão inseridas ao longo do romance (em torno de 60 músicas) são, eu diria, a trilha sonora da minha vida. Muitas delas carregam fortes lembranças de acontecimentos pessoais bem marcantes. Mas a pesquisa é fundamental, se você quer passar algo verossímil, que dê ao leitor a sensação de estar lendo algo real, embora seja ficção. É preciso tomar um cuidado imenso para não deixar no texto qualquer inconsistência, incoerência ou erro. Acima de tudo, uma questão de respeito ao meu trabalho e ao leitor.

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro? 

Roberto Marcio: Um trecho que eu considero especial foi um dos mais difíceis de escrever: é o momento quando o casal – um brasileiro e uma dinamarquesa – se encontram fisicamente pela primeira vez. Queria criar uma cena de amor intenso, com muita paixão e química, mas sem ser algo vulgar. A cena acontece ao som do Bolero de Ravel, o que ajuda a criar algo ao mesmo tempo mágico, intenso e sensual. A música fez a diferença.

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deve proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário? 

Roberto Marcio: Gostaria muito que acompanhassem o meu Instagram (=> @robertomarcio.8). Para adquirir o novo livro (ou os anteriores), há várias formas: em Belo Horizonte (MG), nas lojas da livraria Leitura. Via online – pelo site   https://seteautores.minhalojanouol.com.br/ .

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta? 

Roberto Marcio: Tenho possíveis ideias às vezes, e vou anotando tudo. Mas nada ainda que possa gerar uma história interessante. Acho que é uma questão de tempo. Espero que novos projetos venham logo!

Perguntas rápidas:

Um livro: “O livro dos espíritos”, de Alan Kardec

Um (a) autor (a):  Edgar Allan Poe

Um ator ou atriz: Nathalia Timberg

Um filme: Ghost

Um dia especial: Meu 1º lançamento presencial de uma obra

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário? 

Roberto Marcio: Gostaria que os leitores que se identificaram com alguma das propostas conhecessem meu trabalho, e que me seguissem no Instagram (@robertomarcio.8), se possível enviando suas opiniões e críticas.

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