Cada vez mais escassas, Cléo Busatto transporta jovens aos corredores e mistérios presentes em “A última livraria da minha rua”

A literatura é como um mosaico: os livros, as bibliotecas, os leitores e as livrarias. Apesar desta última estar cada dia mais rara, o saudosismo levou a escritora Cléo Busatto a resgatar a essência de percorrer os corredores e prateleiras e transportasse os jovens para A última livraria da minha rua, pulicada pela CLB Produções.

Em uma viagem nostálgica, Cléo apresenta Benjamim, um jovem de 23 anos. Ele relembra a época em que tinha dez e acompanhava a mãe no trabalho. Foi na Ghiane, última livraria da Avenida Araújo, em numa manhã de sábado, durante uma contação de história que Benjamin encontra a aflita Tati. Apavorada, ela entrega um bilhete ao garoto contendo um pedido de ajuda.

Eles se embrenham por passagens desconhecidas, portas secretas, labirintos e escadas que dão em nada. Enquanto buscam a saída, desvendam o próprio passado, sentimentos e provocações da vida em meio às experiências literárias exploradas nas prateleiras desse lugar misterioso. Tudo isso os une em um laço de amizade e auxilia os personagens – o que transfere aos jovens leitores – a transição entre infância e a adolescência marcada pelas transformações socioemocionais.

Ao mesmo tempo que explora recursos estilísticos, a autora finalista do Prêmio Jabuti de 2016 com A fofa do terceiro andar (Galera Record, 2015) promove uma declaração de amor à literatura e à contação de histórias. Há mais de 20 anos atuando como artista da palavra, Cléo mostra este universo ao trazer para a narrativa várias contadoras que se apresentam na livraria e são inspiradas na própria vivência.

De todas elas, uma é especial. Órfã de mãe, Tati encontra acolhimento para a saudade materna nas histórias ditas pela avó Geni:

Vovó, hoje estou com vontade de ouvir a senhora contar histórias. O rosto da mamãe está se apagando da minha cabeça. Só consigo lembrar da voz dela, cantando e contando para eu dormir. Lê para mim, vovó? Lê para que eu possa me lembrar da minha mãe. (…) Tati descobriu que a avó não sabia ler. A mulher fazia de conta que lia, enquanto despertava na memória as histórias que trazia no coração e que ela mesma tinha ouvido quando era menina. (A última livraria da minha rua, p. 58)

Ficha técnica
Título: A última livraria da minha rua
Autora: Cléo Busatto
Ilustração: Alan Maia
Editora: ‎CLB Produções
Páginas: 104
ISBN: ‎ 978-65-87181-24-0
Tamanho: 13.5 x 20.5 cm
Preço: R$ 58,40
Onde encontrarAmazon

Cléo Busatto – Foto: Kraw Pena

Sobre a autora: Cléo Busatto, finalista do Prêmio Jabuti em 2016 com o livro A fofa do terceiro andar, é uma artista da palavra, com mais de 40 obras lançadas que venderam em torno de 415 mil exemplares. Mediadora de leitura, a escritora contou histórias para mais de 150 mil pessoas em 263 municípios do Brasil e exterior, formando em torno de 80 mil pessoas em oficinas e palestras de narração oral, leitura e literatura. Com obras indicadas e premiadas, Cléo também tem reconhecimento internacional por meio de programas educativo-culturais que ensinam o português como língua de herança (POLH).

Site:
www.cleobusatto.com.br

Redes sociais:
Instagram: @cleo_busatto
YouTube: Cleo Busatto
Facebook: Cleo.Busatto

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