Sempre que me perguntam sobre as raízes da literatura de terror, gosto de mencionar uma obra que considero fundamental: O Castelo de Otranto, de Horace Walpole. Publicado originalmente em 1764, esse livro é, para muitos estudiosos e leitores, o ponto de partida do que hoje chamamos de romance gótico — gênero que abriu caminho para o terror como o conhecemos.

Horace Walpole, além de escritor, foi político, arquiteto e apaixonado por arte e história medieval. O castelo de Strawberry Hill, que ele mesmo restaurou com uma arquitetura neogótica, serviu de inspiração direta para o cenário sombrio e carregado da obra. Aliás, a própria publicação do livro começou com uma brincadeira literária: Walpole o lançou anonimamente, fingindo que era a tradução de um antigo manuscrito italiano do século XVI. Só depois revelou sua autoria na segunda edição, assumindo o caráter de ficção original.

O que me fascina nessa obra é como Walpole soube equilibrar o sobrenatural com os conflitos humanos, misturando elementos como profecias, fantasmas, armaduras que se movem sozinhas e tragédias familiares. Um verdadeiro caldeirão de emoções intensas e atmosferas opressoras.

Uma frase que me marcou na leitura foi:
“O destino jamais deixa de cumprir a sua parte, por mais que os homens tentem fugir dele.”
Essa sentença resume bem a essência do terror gótico: o inevitável, o desconhecido e a herança maldita que pesa sobre os ombros dos personagens.

Recomendo fortemente a leitura de O Castelo de Otranto, não apenas por sua importância histórica, mas pelo prazer de mergulhar em uma narrativa que continua instigante e envolvente, mesmo após mais de dois séculos. É uma aula de atmosfera e construção de tensão — e uma leitura essencial para quem ama o terror.

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