
“As mágoas que magoam” traz uma compilação de poesias do autor Amilton Conté Poesias sensíveis que despertam em quem está lendo o poder da palavra escrita e da vivência do autor a cada verso que irradia uma lírica pura e poderosa!
Não sou muito acostumado a ler poesia, tive grande dificuldade em gostar do gênero durante o ensino médio de seus estudos, mas na faculdade eu comecei a desbravar mais deste muito tão alheio ao que conhecemos como prosa e aos poucos eu fui me apaixonado pelos diferentes estilos de escritas de diversos autores e autoras!
“O tempo passa, as pessoas mudam o hábito
Como a natureza que troca do belo aspeto
O planeta mantém o seu timbre de costume”
Esse é o meu primeiro contato com a escrita de Conté, pouco conhecia a respeito de seu trabalho e por isso foi uma surpresa enorme eu passei a ler alguns de seus poemas e a me surpreender com o quanto eu me identificava com o sentimento que é exaltado em alguns deles.
Reflexões a respeito do tempo, da morte, da vida e daquilo que nos fere (fisicamente e psicologicamente) são tratados com maestria pelo autor, talvez pelo fato de termos passado por uma quarentena devido ao COVID-19, esse sentimento de solidão e reflexão a respeito da própria morte se tornou mais frequente para mim, e ler isso nos versos bem construídos do autor me deu uma nova percepção a respeito de sua obra.
“Não sou aquele que tirou a vista de Polifemo
Nem aquele que o mundo inveja e deseja
Sou aquele que passa, mas ninguém o veja
Aquele que vive cevando do psicossomatismo”
Além disso o autor evoca alguns outros temas, como a xenofobia, o preconceito, as desilusões amorosas que acabamos por sofrer hora ou outra na nossa vida… Tudo isso se encaixa no corpo desse livro, que pode ser pequeno, mas gera enorme quantidade de análise e reflexão.
“Triste a vida dum probre imigrante e dum nacional
Que dum contrato conformismo acaba em morte
No receio do desemprego para o emprego decente
Que sepulta as esperanças em formação
profissional”
Aconselho a quem for ler que se aventure de cabeça! Eu li aos poucos, lendo uma poesia ou outra e deixando meu inconsciente absorver as palavras (que podem ferir ou curar), indico especialmente para quem quer ler poesia mas não sabe de qual ponto partir!
Conheça o livro “As mágoas que magoam “, de Amilton Conté, acesse:
https://www.atlanticbookshop.pt/poesia/as-magoas-que-magoam
Paulista, escritor e ativista cultural, casado com a publicitária Elenir Alves e pai de dois meninos. Criador e Editor da Revista Conexão Literatura (https://www.revistaconexaoliteratura.com.br) e colunista da Revista Projeto AutoEstima (http://www.revistaprojetoautoestima.com.br). Chanceler na Academia Brasileira de Escritores (Abresc). Associado da CBL (Câmara Brasileira do Livro). Já foi Educador Social e também trabalhou por 18 anos no setor de Inclusão Digital na Cidade de S. Paulo, numa rede de solidariedade que desenvolve ações de promoção da vida em várias partes do país e do mundo, um trabalho desenvolvido para pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social. Participou em mais de 100 livros, tendo contos publicados no Brasil, México, China, Portugal e França. Publicou ao lado de Pedro Bandeira no livro “Nouvelles du Brésil” (França), com xilogravuras de José Costa Leite. Organizador do livro “Possessão Alienígena” (Editora Devir) e “Time Out – Os Viajantes do Tempo” (Editora Estronho). Fã n° 1 de Edgar Allan Poe, adora pizza, séries televisivas e HQs. Autor dos romances “Jornal em São Camilo da Maré” e “O Clube de Leitura de Edgar Allan Poe”. Entre a organização de suas antologias, estão os títulos “O Legado de Edgar Allan Poe”, “Histórias Para Ler e Morrer de Medo”, “Contos e Poemas Assombrosos” e outras. Escreveu a introdução do livro “Bloody Mary – Lendas Inglesas” (Ed. Dark Books). Contato: ademirpascale@gmail.com