
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro, em 1881, e foi um dos mais importantes nomes da literatura brasileira. Filho de um tipógrafo e de uma professora, desde cedo teve contato com os livros, mas sua trajetória foi marcada por dificuldades financeiras, preconceito racial e transtornos mentais. Mesmo assim, tornou-se um cronista sensível e um romancista poderoso, cuja obra denunciava com dureza a hipocrisia da sociedade brasileira.
Obras e Estilo Literário
Entre seus livros mais conhecidos estão Triste Fim de Policarpo Quaresma (1911), Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909), Clara dos Anjos (publicado postumamente em 1948) e Diário do Hospício (1953). Em suas obras, Lima Barreto retrata personagens marginalizados, negros, suburbanos e pobres, numa escrita marcada pela crítica social e pelo olhar humano sobre a dor e as contradições do povo brasileiro.
Seu estilo literário rompe com a linguagem rebuscada dos autores parnasianos da época. Barreto escrevia de forma direta, muitas vezes irônica, com o propósito de alcançar o leitor comum e denunciar as injustiças sociais. Ele é considerado um precursor do realismo crítico no Brasil, antecipando temas que só seriam amplamente discutidos décadas depois.
Frases Marcantes de Lima Barreto
- “Triste país onde o sucesso depende mais das relações que do mérito.”
- “O Brasil não tem povo, tem público.”
- “Não sou eu que me revolto contra o mundo, é o mundo que se revolta contra mim.”
Lima Barreto: Um Grito que Ecoa Até Hoje
Lima Barreto foi muito além de um escritor: foi um espírito inquieto, um cronista da desigualdade, um intelectual negro que ousou se levantar contra o elitismo literário e o racismo estrutural do Brasil. Pagou um alto preço por isso — foi marginalizado em vida, internado injustamente, ignorado por críticos e rejeitado pelas elites culturais. Mas nunca calou sua voz.
Hoje, sua obra ressurge com a força que merece. É lida, estudada e reverenciada como símbolo de resistência e lucidez. Lima Barreto nos deixou muito mais do que livros: nos deixou um legado de coragem, uma literatura que pulsa verdade, e um alerta que ainda ecoa nas esquinas do país. Seu olhar incomodava — e ainda incomoda — porque nunca desviou da realidade. Ler Lima Barreto é lembrar que a literatura pode, sim, ser uma arma contra a injustiça. É redescobrir a alma brasileira em seus personagens esquecidos. É, acima de tudo, reconhecer a importância de quem sempre lutou para ser ouvido.
Nesse contexto, indico a leitura do meu romance Jornal em São Camilo da Maré: a trama acompanha um jovem jornalista que decide noticiar os acontecimentos da comunidade, enfrentando não apenas os perigos do crime organizado e o silêncio imposto pela violência, mas também o descaso das instituições públicas. A cada novo relato, mais do que reportagens, o personagem oferece resistência, humanidade e voz a uma população esquecida. PARA BAIXAR E LER O E-BOOK GRATUITAMENTE: CLIQUE AQUI
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Paulista, escritor e ativista cultural, casado com a publicitária Elenir Alves e pai de dois meninos. Criador e Editor da Revista Conexão Literatura (https://www.revistaconexaoliteratura.com.br) e colunista da Revista Projeto AutoEstima (http://www.revistaprojetoautoestima.com.br). Chanceler na Academia Brasileira de Escritores (Abresc). Associado da CBL (Câmara Brasileira do Livro). Já foi Educador Social e também trabalhou por 18 anos no setor de Inclusão Digital na Cidade de S. Paulo, numa rede de solidariedade que desenvolve ações de promoção da vida em várias partes do país e do mundo, um trabalho desenvolvido para pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social. Participou em mais de 100 livros, tendo contos publicados no Brasil, México, China, Portugal e França. Publicou ao lado de Pedro Bandeira no livro “Nouvelles du Brésil” (França), com xilogravuras de José Costa Leite. Organizador do livro “Possessão Alienígena” (Editora Devir) e “Time Out – Os Viajantes do Tempo” (Editora Estronho). Fã n° 1 de Edgar Allan Poe, adora pizza, séries televisivas e HQs. Autor dos romances “Jornal em São Camilo da Maré” e “O Clube de Leitura de Edgar Allan Poe”. Entre a organização de suas antologias, estão os títulos “O Legado de Edgar Allan Poe”, “Histórias Para Ler e Morrer de Medo”, “Contos e Poemas Assombrosos” e outras. Escreveu a introdução do livro “Bloody Mary – Lendas Inglesas” (Ed. Dark Books). Contato: ademirpascale@gmail.com