Essa é uma pergunta que carrego há anos e que, infelizmente, ainda escuto com frequência de autores e leitores brasileiros. Não se trata de desmerecer os grandes nomes da literatura internacional — pelo contrário. Devemos, sim, aprender com outras culturas, outras formas de escrever, outras visões de mundo. Mas também precisamos olhar com atenção para o que está sendo produzido aqui, no nosso solo, com a nossa alma.

O Brasil é um país riquíssimo em histórias, talentos e perspectivas únicas. Temos autores incríveis, com vozes potentes, que falam sobre nossas dores, nossos medos, nossos sonhos. Autores que, muitas vezes, são ignorados por grandes editoras em nome de nomes que já vêm prontos, embalados e consagrados de fora.

Mas e a nossa cultura?
E o nosso jeito de ver o mundo?
Quem vai contar nossas histórias, se não dermos espaço para que elas sejam contadas?

É preciso haver equilíbrio.
Sim, publicar autores internacionais é importante para aprendermos com eles, para trocarmos experiências culturais.
Mas publicar autores nacionais é essencial para nos expressarmos como povo, como identidade, como literatura viva.

Acredito, e sempre vou acreditar, que a literatura nacional merece mais.
A Revista Conexão Literatura nasceu justamente com esse propósito: dar voz a quem, muitas vezes, não encontra espaço. E é por isso que sigo lutando, todos os dias, por mais valorização da nossa literatura.

Que as editoras olhem para dentro também.
O Brasil tem muito a dizer.
E nós, autores brasileiros, estamos prontos para isso.

SAIBA COMO DIVULGAR O SEU LIVRO, EVENTO OU LANÇAMENTO AQUI NA REVISTA CONEXÃO LITERATURA: CLIQUE AQUI

Compartilhe!

2 respostas

  1. Comentei no grupo de WhatsApp que temos no Velório Poético — Uma ação de incentivo aos novos leitores, que acontece todo Dia de Finados em Recife-PE, no Pátio Interno do Mamam), que conheci dois nomes obrigatórios para os leitores brasileiros. Confesso que os nomes a que me refiro, escritores que hoje considero fundamentais: Eduardo Krause (“Pasta senza vino” e “Brava Serena”) e Maurício Torres Assumpção (“Cafeína”, “A História do Brasil pelas ruas de Paris” e “Dentes de crocodilo), jamais seriam lidos por mim sem a insistência da Amazon — que considerada uma vilã no meio editorial. No entanto, vilania maior e produzir algo e não expor.
    Uma obra para chegar ao público, em um um país continental como o nosso, onde absurdamente a via rodoviária é a rota comum, é caro. Assim, o autor (10%) e a editora (50%) tem percentuais modestos e o valor chega alto nas livrarias (40%) — São valores médios, com base no valor de capa, mas há variações. No entanto você imagina um custo ainda mais absurdo entre pré-produção (Projetos gráficos e editoriais, Revisão, Diagramação, ilustração, foto, marketing etc.), produção (Impressão, procedimentos gráficos e estoque) e pós-produção (marketing, publicidade e distribuição). Daí se peca na promoção dos autores e na exposição das obras. Sem tomar conhecimento como é que o livro vai sair da prateleira, ou mesmo chegar a elas.
    O preço pago é grande e não estimula o surgimento de novos leitores.
    É acredito ser bem relevante dizer que hoje o valor não é o maior entrave para os novos leitores, pois os clássicos estão em domínio público e há edições bem em conta e acessíveis.

  2. Valeu a reportagem ou talvez um lamento. Eu em janeiro escrevi para várias editoras que, em resposta, alegaram estar com a agenda totalmente ocupada para 2025. Mas vou continuar insistindo e … quem sabe… surgir um talvez!
    Joaquim Cândido de Gouvea

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *